'Sou do bem', diz presidente de escola de samba preso em SP
Ribamar de Barros, da Camisa Verde e Branco, foi condenado por tráfico.
Processo é de 2001 e condenação em 2ª instância saiu em dezembro.
Presidente
da Camisa Verde e Branco foi levado para delegacia na Zona Oeste, onde
aguardará por vaga em CDP (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Preso na madrugada desta sexta-feira (20) na Zona Norte de São Paulo
por ter sido condenado pela Justiça em um caso de extorsão, o presidente
da escola de samba Camisa Verde e Branco, Ribamar de Barros, disse "ser
do bem" e afirmou que a acusação que sofre não existiu. Barros foi
transferido por volta das 9h20 do 13º Distrito Policial, na Casa Verde,
para a carceragem do 72º Distrito Policial, na Vila Penteado, na Zona
Norte, onde aguardará por uma vaga em um Centro de Detenção Provisória.
“Não tenho nada a declarar. Nada vai mudar, sou do bem. Daqui uns dias
eu estou na rua. Quem me conhece sabe que eu sou do bem. Isso daí não
existiu”, disse ele ao deixar a delegacia. Barros foi preso nesta
madrugada ao ser abordado em um patrulhamento de rotina pela Polícia
Militar. Foi constado que havia um mandado de prisão expedido em seu
nome desde o dia 9 de janeiro. Com ele, foram encontrados R$ 11 mil em
dinheiro, que foram apreendidos porque ele não informou a origem.
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O mandado foi expedido depois que Barros foi condenado em segunda
instância por extorsão em decisão que saiu no dia 15 de dezembro.
Segundo seu advogado, Airton Bicudo, a condenação refere-se a um
processo iniciado em 2001. Na época, o presidente da escola de samba foi
absolvido. Entretanto, o Ministério Público recorreu, e a Justiça
decidiu pela condenação. Barros e outras quatro pessoas foram condenadas
a seis anos, dois meses e 20 dias de prisão.
“É um fato muito antigo, o Ribamar é uma pessoa que desde essa época
não tem nenhum problema, e que goza de conceito dentro da escola de
samba, no meio social onde vive, e que tem o apoio da diretoria, de
todas as pessoas da escola e da própria comunidade”, explicou o
advogado, que pretende recorrer da decisão. “Se a decisão não estiver
transitada e julgada, nós vamos pedir ao desembargador para que nos dê o
direito de recorrer com ele em liberdade. Até por ser um fato muito
antigo, e dele ter dado demonstrações durante esse tempo todo de que é
um homem de bem.”
Segundo o advogado, Barros não sabia da existência do mandado de prisão
– nem os policiais militares que o abordaram. O dado só foi descoberto
após verificação dos policiais no sistema da Polícia Militar.
O caso de extorsão aconteceu quando Barros estava preso na carceragem
do 28º Distrito Policial por tráfico de drogas. Segundo o processo, a
vítima relatou que o presidente da escola de samba e outro homem que
estava preso no mesmo local passaram a exigir quantias em dinheiro para
que ele não fosse morto na carceragem. O esquema foi descoberto e
denunciado. Barros, o outro preso e duas mulheres foram condenados.
O advogado do presidente da escola de samba questionou a condenação.
“Pelo que ele fala nos parece uma situação bisonha, não é uma situação
de um bandido, que aconteceu num passado muito distante, e que teve uma
interpretação em um primeiro momento favorável”, afirmou Bicudo.
Antes do processo de 2001, no qual ele também foi acusado de formação
de quadrilha, Barros já havia respondido por roubo e tráfico de drogas.
Segundo a Polícia Civil, ele chegou a cumprir pena em alguns casos e foi
absolvido em outros.
A assessoria de imprensa da Camisa Verde e Branco informou que por
enquanto a escola não irá comentar no assunto e que a agremiação
continua focada no carnaval. A programação para os próximos dias está
mantida, e a escola fará seu ensaio técnico neste sábado (21) no
Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. Representantes da escola também estiveram no 13º DP e não comentaram a prisão de Barros.
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