O Brasil deverá comprar sistemas de defesa antiaérea da Rússia, segundo comunicado do Ministério da Defesa.
As negociações se arrastam há anos _foram reveladas pela Folha em novembro de 2009. Mas agora parece que serão concluídas, e com novidades importantes.
Segundo o ministério, uma comitiva
conheceu os equipamentos no fim de janeiro na Rússia. Estão na mira do
Exército, responsável pela defesa antiaérea, os sistemas Pantsir-S1 e o
Tor-M2E, dos mais modernos e eficientes do mundo.
A expectativa é fechar o negócio durante
a visita do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, ao Brasil no fim
deste mês. “O que precisamos agora é apresentar a proposta à presidente
da República”, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas, general José Carlos de Nardi.
A grande inovação é a previsão não só da
compra de baterias para suprir o que é provavelmente o maior buraco na
defesa brasileira. O acordo costurado sugere que haverá transferência
tecnológica a empresas brasileiras, com possibilidade de construção dos
armamentos no país.
Não por acaso, todas as empresas
interessadas e com capacidade logística e técnica para tal transferência
estavam representadas na comitiva que foi à Rússia: Odebrecht Defesa
(que é dona da fabricante de mísseis Mectron), Embraer Defesa
(proprietária, entre outras, da empresa de radares antiaéreos Orbisat) e
Avibrás (fabricante de mísseis e do principal sistema de artilharia
brasileiro, o Astros).
A Odebrecht é a empresa mais avançada
nos contatos com os russos. Em dezembro, assinou um memorando de
entendimentos com a Rostechnologii, estatal russa de tecnologia de
armas.
Especulou-se à época que o objetivo
seria a construção no Brasil de helicópteros russos, mas o foco é mais
amplo e pode incluir sistemas antiaéreos.
Resta saber se haverá dinheiro. O
governo Dilma Rousseff congelou a compra de caças, negócio bilionário,
embora tenha dado OK para o reequipamento das patrulhas de superfície da
Marinha.
O Tor, objeto de desejo dos militares, é
caro. Uma bateria completa, com quatro lançadores, um veículo de
comando, carros de apoio, logística e mísseis não sai por menos de US$
300 milhões (cerca de R$ 600 milhões).
UOL
A NOTICIA BOM SUCESSO PB
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