Justiça determina prisão imediata de condenados por matar deputada
Defesa apela da sentença; apontado como mandante terá prisão especial.
13 anos depois, cinco são condenados por morte de Ceci Cunha em AL.
Deputada Ceci Cunha foi morta em 1998
(Foto: Reprodução / TV Globo)
(Foto: Reprodução / TV Globo)
O juiz federal André Luís Maia, presidente do Tribunal do Júri e
titular da 1ª Vara Federal de Alagoas, determinou na manhã desta
quinta-feira (19) a prisão preventiva dos cinco réus condenados por matar a deputada federal Ceci Cunha, o marido e mais dois parentes dela em 1998.
O juiz determinou que os réus já sejam presos de imediato, considerando
que o Supremo Tribunal Federal admite a prisão preventiva de autores da
chacina devido ao constrangimento da Justiça, após a demora de tantos
anos para o júri ser realizado após várias ações de recurso da defesa
tentando postergar o julgamento. O júri popular começou às 10h de
segunda-feira (16) e só terminou por volta das 7h desta quinta. Os
debates entre defesa e acusação duraram 23 horas e o juiz levou quase
duas horas na leitura da sentença.
Logo após a sentença, o advogado dos réus já interpôs um recurso de
apelação contra a condenação e pediu que o juiz remeta os autos para o
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Réus condenados pelas mortes (Foto: Reprodução)
A defesa disse também que os réus foram de livre e espontânea vontade
ao local e pediu que eles pudessem falar com seus familiares antes de
serem conduzidos à cadeia pela Polícia Federal.
O advogado também pediu prisão especial para o deputado Talvane, que é médico. Os dois pedidos foram aceitos. Também foi dispensado o uso da algema.
Os jurados condenaram o ex-deputado federal Talvane, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante do crime, a 103 anos e 4 meses de reclusão. Ele foi apontado como mandante intelectual e por ter agido de forma premeditada e planejado todos os assassinatos.
O advogado também pediu prisão especial para o deputado Talvane, que é médico. Os dois pedidos foram aceitos. Também foi dispensado o uso da algema.
Os jurados condenaram o ex-deputado federal Talvane, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante do crime, a 103 anos e 4 meses de reclusão. Ele foi apontado como mandante intelectual e por ter agido de forma premeditada e planejado todos os assassinatos.
Foram condenados como executores Jadielson Barbosa da Silva e José
Alexandre dos Santos, ambos a 105 anos de prisão, segundo a Justiça
Federal. Já Alécio César Alves Vasco teve a pena fixada em 87 anos e
três meses, enquanto que Mendonça Medeiros Silva cumprirá pena de 75
anos e 7 meses, todos em regime fechado.
saiba mais
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- Começam debates no júri de acusados de matar deputada em AL
- Três réus prestam depoimento em júri sobre morte de deputada em AL
- Oito testemunhas são ouvidas no 1º dia de julgamento
- Sete homens formam júri de acusados de matar deputada em Alagoas
Os réus foram condenados também a pagar danos morais e materiais a
quatro dependentes das vítimas, sendo que cada um dos dependentes terá
direito a R$ 100 mil de indenização por danos materiais e 500 salários
mínimos por danos morais.
A Justiça Federal divulgou que, desde o início do caso, os acusados
negaram participação no crime. As versões foram reiteradas durante o
julgamento.
Não foi divulgado o resultado do júri e se todos os setes jurados
votaram a favor da condenação de todos os réus. A votação da sentença
durou mais de 8 horas. Durante esse tempo, os réus conversavam e
mostravam aparente tranquilidade no tribunal. O julgamento da morte da deputada Ceci Cunha transcorreu por 3 dias.
Foram mortos: a deputada Ceci Cunha, seu marido Juvenal Cunha, Iran Carlos Maranhão e Ítala Maranhão. Claudinete contou que conseguiu se esconder debaixo da cama do primeiro quarto da casa.
Foram mortos: a deputada Ceci Cunha, seu marido Juvenal Cunha, Iran Carlos Maranhão e Ítala Maranhão. Claudinete contou que conseguiu se esconder debaixo da cama do primeiro quarto da casa.
Talvane foi condenado como mandante intelectual
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
"Chacina da Gruta"
A médica foi assassinada com um tiro na nuca quando estava na casa do cunhado em Maceió, em companhia do marido e da mãe, comemorando a eleição. O marido, a mãe e o cunhado também foram mortos. O crime ficou conhecido como "Chacina da Gruta".
A médica foi assassinada com um tiro na nuca quando estava na casa do cunhado em Maceió, em companhia do marido e da mãe, comemorando a eleição. O marido, a mãe e o cunhado também foram mortos. O crime ficou conhecido como "Chacina da Gruta".
De acordo com a acusação do Ministério Público Federal, o então
deputado Talvane Albuquerque, na época filiado ao PTN e suplente de Ceci
na Câmara, foi apontado como mandante do crime. Na interpretação do
MPF, ele buscava o cargo e a imunidade parlamentar.
Os assessores e seguranças de Albuquerque, Jadielson Barbosa da Silva,
Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros
da Silva, foram apontados pelo MPF como executores.
Réus interrogados
Na terça-feira (17), foram ouvidos os cinco réus. O réu Jadielson Barbosa da Silva negou as declarações prestadas à polícia sobre o caso, alegando que fez as declarações sob tortura. No processo, no entanto, há registros dos laudos do IML de exames de corpo de delito que foram realizados por ele em todos os traslados feitos sob tutela da polícia.
Réus interrogados
Na terça-feira (17), foram ouvidos os cinco réus. O réu Jadielson Barbosa da Silva negou as declarações prestadas à polícia sobre o caso, alegando que fez as declarações sob tortura. No processo, no entanto, há registros dos laudos do IML de exames de corpo de delito que foram realizados por ele em todos os traslados feitos sob tutela da polícia.
No depoimento, Jadielson não negou que andava armado, mesmo sem ter
porte de arma e que fugiu para São Paulo, onde mora atualmente, após ser
indiciado pelas mortes. Ele também não negou que conhecia Alécio César
Alves Vasco, considerado pela investigação como pistoleiro. Vasco foi
ouvido em seguida.
O terceiro a ser interrogado foi o ex-deputado federal Talvane Luiz
Gama de Albuquerque Neto, acusado pelo Ministério Público Federal de ser
o mandante do crime. Após o encerramento dos interrogatórios, serão
abertos os debates entre acusação e defesa para que, no final, o júri,
formado por sete jurados homens, possa tomar sua decisão.
Na segunda-feira, o juiz federal ouviu o depoimento oito testemunhas e
foram interrogados dois réus. A primeira pessoa ouvida foi uma
sobrevivente do crime, irmã de Ceci Cunha, a psicóloga Claudinete Santos
Maranhão, que teve o marido Iran Carlos Maranhão, morto na chacina.
FONTE: G1.
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