22 de fevereiro de 2013

Promiscuidade e corrupção seriam causas de renúncia do Papa












 
Papa bento XVI

Promiscuidade e corrupção seriam causas de renúncia

Diário do Nordeste
 
O jornal italiano "La Reppublica" publicou reportagem sobre um relatório de 300 páginas feito após o Vatileaks

Roma. Um relatório com cerca de 300 páginas sobre o escândalo de vazamento de informações do Vaticano, batizado de Vatileaks, foi um dos motivos para a renúncia do papa Bento XVI, segundo o jornal italiano "La Reppublica".

O papa Bento XVI, que vai renunciar no próximo dia 28, teria encomendado um relatório que revelou escândalos na cúpula da Igreja FOTO: REUTERS


De acordo com o impresso, em uma reportagem assinada pela jornalista Concita di Gregorio, o relatório que foi encomendado por Bento XVI a três cardeais no ano passado - o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi - revela um sistema de "chantagens" internas baseado em fraquezas sexuais e ambições pessoais.

O trabalho foi feito após vazamentos de documentos confidenciais em um escândalo que ficou conhecido como Vatileaks. O texto de 300 páginas que se refere a um "lobby gay" dentro do Vaticano, foi entregue em dezembro ao pontífice, segundo a jornalista que não esclarece como teve acesso ao documento. O relatório secreto teria informações de fontes de dentro e de fora da Cúria.

Vaticano

"Fantasias, invenções, opiniões", assegurou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, após advertir que não comentaria a reportagem. Com o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no informe que sacudiram o Papa", o jornal sustenta que o ancião cardeal espanhol Herranz, do Opus Dei, ilustrou ao Papa no dia 9 de outubro do ano passado os "assuntos mais escabrosos" do relatório, em particular a existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual".

Segundo o jornal, o relatório será entregue ao próximo papa, alguém que deverá ser mais "jovem, forte e santo para dar conta do trabalho que o espera".

O jornal italiano remete ainda a um escândalo ocorrido em 2010, quando um assessor de Bento XVI foi afastado por causa de um escândalo sexual envolvendo prostituição. Ângelo Balducci, um dos Cavalheiros de Sua Santidade, uma espécie de assistente de elite para o papa, foi flagrado pela polícia dando instruções a um interlocutor sobre detalhes físicos de homens que gostaria que fossem levados a ele. Segundo a imprensa italiana, o interlocutor era Thomas Ehiem, 29, integrante do coral do Vaticano, também afastado.

Conclave

Um cardeal da Indonésia desistiu de participar do conclave que elegerá o próximo papa. A informação foi dada ontem pela agência de notícias AsiaNews, que é vinculada ao Vaticano.

De acordo com a agência, o cardeal Julius Darmaatjadja, 78, bispo emérito de Jacarta, está com problemas de visão e optou por não participar.

Com isso, cai a 116 o número de cardeais aptos a votar. O conclave ainda não possui data exata para acontecer, mas deve começar após 10 de março. Bento XVI renuncia no próximo dia 28.

Escolha não será por idade e origem

Aparecida do Norte O cardeal arcebispo de Aparecida do Norte, dom Raymundo Damasceno de Assis, de 76 anos, que embarca para o Vaticano no próximo domingo para participar do conclave que escolherá o novo papa, entende que a origem e a idade do escolhido não importam. Diz que procura afastar do pensamento a ideia de que pode ser votado e eleito.

Dom Raymundo diz que os europeus estão preparados para um papa de fora do continente FOTO: DIVULGAÇÃO


O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é um dos cinco brasileiros que vão decidir o nome do líder máximo da Igreja Católica em março.

Ele observa que a escolha de um Papa de origem latino-americana ou africana é possível e que os católicos do mundo, sobretudo os europeus, estão preparados para um Papa de fora do continente. "Para nós católicos, o Papa é o Papa, independe da origem", disse, reforçando, no entanto, que a escolha deve ter como critério principal o perfil pastoral do cardeal.

Dom Raymundo asseverou que vai basear sua escolha em um líder aberto ao diálogo e com uma experiência pastoral que lhe credencie para o posto. Para ele, a idade do candidato só deve pesar negativamente se o cardeal visivelmente não demonstrar mais vigor físico.

No total, 116 cardeais terão direito a voto (por terem menos de 80 anos) no conclave, que elegerá, dentro da Capela Sistina, o novo papa com uma maioria de dois terços.

Além de Dom Raymundo, os demais brasileiros concorrentes e votantes são o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes, de 78 anos, Dom João Braz de Aviz, de 65, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, de 63, e o arcebispo de Salvador e o ex-presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo, de 79 anos.

O arcebispo cumpre os últimos compromissos da Arquidiocese de Aparecida antes de seguir para Roma. Além de reuniões e de celebrar uma missa, ele será submetido a exames de rotina na capital paulista.

Bispo português acusado de abuso

Lisboa Em meio às expectativas para o conclave que, no próximo mês, no Vaticano, irá eleger o novo papa, a Igreja Católica em Portugal enfrenta denúncias de escândalo sexual. A última edição da revista semanal Visão publicou reportagem sobre o ex-bispo auxiliar de Lisboa e atual delegado do Conselho Pontifício da Cultura, Carlos Azevedo, que estaria sendo investigado pela Nunciatura Apostólica por suposto assédio sexual a membros da Igreja na década de 1980.

Segundo a revista, a denúncia foi feita em 2010 ao núncio apostólico de Portugal que acolheu relatos de um padre (a suposta vítima). O sacerdote é de uma paróquia fora da região metropolitana de Lisboa.

Dom Carlos Azevedo nega o assédio sexual e afirma que "nunca" foi chamado a depor por qualquer processo nem foi repreendido pela alta hierarquia da Igreja. Ele disse a um canal de televisão que "remexer em assuntos de 30 anos não serve de modo ético à informação, mas visa meramente sensacionalismo".

O religioso admite que conheceu o padre já adulto e que manteve contato pontual. "Foi só um acompanhamento (no Seminário do Porto)", disse. "De maneira nenhuma tive qualquer relação com essa pessoa. Não há atitude de assédio para com ninguém nem nunca ninguém teve qualquer reparo nesse sentido comigo". O ex-bispo de Lisboa admitiu que esteve com o denunciante depois de 2010 na cidade de Fátima, porém não relatou os "pormenores" da conversa.

Ao saber da publicação da reportagem da revista Visão, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Morujão, divulgou nota de solidariedade ao ex-bispo de Lisboa publicada na agência de notícias Ecclesia (da Igreja Católica). "Dom Carlos Azevedo pode contar com a nossa solicitude e a nossa oração fraterna".

Julgamento

A nota destaca que estão em jogo "acusações de comportamentos impróprios, não conforme com a dignidade e a responsabilidade do estado sacerdotal" e salienta para riscos de premeditação contra supostos atos ocorridos há 30 anos. "Da sua veracidade não podemos nem devemos julgar apressadamente. De qualquer membro da Igreja se espera um comportamento exemplar", escreve o padre Manuel Morujão na nota.

A NOTICIA BOM SUCESSO PB

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