16 de março de 2018

Dos treze pré-candidatos a Presidência, só Bolsonaro ignorou a morte de Marielle

Marielle Franco Bolsonaro

Dos treze pré-candidatos oficialmente declarados à Presidência da República nas eleições de 2018, apenas Jair Bolsonaro (PSL) silenciou sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, um assessor do deputado afirmou que ele não se posicionou sobre a cruel morte “porque seria polêmico demais”.
Ironicamente, Bolsonaro é parlamentar pelo mesmo Rio de Janeiro de Marielle e adota a ‘segurança pública’ como pauta central de sua pré-candidatura.
Defensor inveterado dos militares, é provável que Bolsonaro não esteja se sentindo à vontade com a possibilidade de Marielle ter sido executada por policiais militares. Cria da favela da Maré, Marielle denunciava os abusos da PM em comunidades carentes do Rio.
A vereadora levou quatro tiros na cabeça e as principais linhas de investigação apontam para uma execução, já que nenhum pertence das vítimas foi levado. O motorista Anderson Gomes também morreu no atentando.
Filhos de Bolsonaro
Diferente do pai, alguns filhos de Bolsonaro se manifestaram sobre o assassinato da vereadora. Um deles, porém, apagou a mensagem sem justificativa.
Flávio Bolsonaro, deputado estadual do Rio, afirmou que lamentava a morte de Marielle, em sua conta no Twitter, e que sempre tinha tido “relação respeitosa” com a vereadora. A mensagem, no entanto, foi apagada posteriormente. Ele chegou a ser questionado por usuários da rede sobre o motivo de ter apagado o tweet, mas Flávio não respondeu.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, não lamentou a morte da vereadora. O parlamentar se limitou a criticar as especulações sobre uma possível culpa de policiais militares no crime.
O que disseram os pré-candidatos
Lula. “Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marielle Franco, corajosa liderança política. O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro. É preciso muita solidariedade para acabar com essa violência contra os inocentes. A violência é a irresponsabilidade da ausência do Estado. Esse país só tem um jeito: voltar a crescer, distribuir renda e dar oportunidade para o povo”.
Guilherme Boulos. “Difícil acreditar que a execução a sangue frio de Marielle e do motorista Anderson Gomes seja mera coincidência após as denúncias que ela vinha fazendo sobre a violência policial no Rio. Lutaremos por justiça até o fim. Marielle, honraremos sua caminhada”.
Manuela D’Ávilla. “Chocada e triste com o assassinato da Vereadora do PSOL no Rio, Marielle Franco. Apuração já! Ninguém vai calar as mulheres que lutam, Marielle. Meu abraço à família e aos companheiros e companheiras do PSOL”.
Ciro Gomes. “A morte da vereadora é uma tragédia em si. Mas essa é uma tragédia que está acontecendo com todos os brasileiros. Evidentemente, que quando se alcança uma representação política, valorosa como a dela, está também se alcançando um símbolo. Está também tentando se matar um ânimo de luta”.
Marina Silva. “Chico Mendes morreu na defesa dos injustiçados da floresta. Marielle morreu defendendo os injustiçados da cidade. O sentimento é de muita tristeza e indignação. Do Rio de Janeiro chora o mundo inteiro!”
Geraldo Alckmin. “O assassinato da vereadora Marielle Franco revolta o Brasil inteiro. Um crime bárbaro que precisa ser rapidamente esclarecido, com os responsáveis punidos severamente. Esse homicídio revela a ousadia dos criminosos no país. Intolerável”.
Rodrigo Maia. “Solidarizo-me à sua família, à família do Anderson, e exijo junto com eles: justiça e paz. Justiça para conter os autores dessa execução, paz para a sociedade carioca e brasileira”.
Henrique Meirelles. “É um sinal preocupante quando se começa a misturar violência de roubos e tráfico com violência política. Isso não caminhou bem em outros países que caminharam nessa direção”.
Álvaro Dias. “O assassinato da vereadora Marielle Franco choca todo um País e mostra que infelizmente estamos perdendo a guerra para o crime, para a bandidagem”.
Paulo Roberto de Castro. “Marielle e tantos outros não podem ter morrido em vão. Este dia tem que marcar um ponto de virada. Tolerância zero para qualquer crime frio e premeditado. Menos ainda se consumado por bando ou quadrilha. Hoje a população do Rio sobrevive a uma tentativa de homicídio coletivo. Aos parentes de Marielle nosso carinho e consolo possível, mas sobretudo, nosso engajamento na luta por honrar a vida e a morte desta brava vereadora carioca”.
João Amoêdo. “Meus sentimentos e solidariedade à família da Marielle Franco e de seu motorista neste momento difícil e inesperado”.
Fernando Collor. “Meus sentimentos a todos os familiares de Marielle Franco, a toda classe política que de alguma forma também se sente atingida com o desaparecimento da vereadora e aos movimentos sociais aos quais ela estava engajada”


Com Veja

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