A Paraíba se
destacou negativamente no cenário nacional de violência política durante o
primeiro turno das eleições municipais de 2024. O estado registrou o terceiro
maior número de ocorrências no Brasil, com 24 casos contabilizados entre 16 de
agosto e 6 de outubro, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. O
dado é alarmante, considerando que a violência política tem se intensificado
nas últimas eleições, especialmente durante os períodos de pré-campanha e no
próprio dia da votação.
O candidato a
prefeito de Marizópolis pelas oposições, Junior do Peixe, foi um dos alvos
dessa onda de violência que assolou o estado. Desde o início da campanha, o
político relatou ameaças diretas e uma tentativa de intimidação durante eventos
públicos de sua coligação. Por fim, seu Veículo foi alvejado a bala no percurso
do Assentamento Juazeiro a Zona Urbana. No interior do Carro: o candidato
Júnior do Peixe, o vice, Rafael Braga, e o ex-prefeito, Zé de Pedrinho. A sorte
que o carro era brindado. As marcas de bala ficaram. A tensão em Marizópolis
refletiu um cenário visto em diversas cidades paraibanas, onde a disputa
eleitoral foi marcada por ataques pessoais e a propagação de medo.
De acordo com a 3ª
edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil,” conduzida pelas
organizações Terra de Direitos e Justiça Global, a violência contra candidatos
e políticos aumentou de forma significativa em 2024, com 518 casos registrados
em todo o país, tornando esse o ano mais violento da série histórica. No
primeiro turno, foram relatados 10 assassinatos, 100 atentados e 138 ameaças
contra figuras políticas.
A Paraíba, em
particular, viu a violência política alcançar níveis preocupantes, colocando em
risco não apenas os candidatos, como Junior do Peixe, mas também o processo
democrático. Marizópolis, palco de uma disputa acirrada, foi um exemplo dessa
realidade. O medo de represálias se tornou um fator presente em toda a
campanha, com lideranças locais denunciando a escalada da violência que ameaçou
a integridade das eleições no município.
Além das ameaças
sofridas por Junior do Peixe, o estado enfrentou uma série de episódios que
reforçaram a percepção de insegurança. A combinação de rivalidades políticas
locais com a falta de garantias de segurança adequada gerou um ambiente
instável em Marizópolis, refletindo a situação observada em outros municípios
paraibanos.
A pesquisa também
destaca que, nacionalmente, 80% das vítimas de homicídios eram pessoas negras,
e a violência de gênero foi outra questão central, com mulheres sendo alvo de
35% dos casos de violência política, incluindo ameaças e vazamentos de vídeos íntimos,
uma prática que ainda persiste no contexto eleitoral.
A Paraíba, ao lado
de Bahia, foi um dos estados mais afetados no Nordeste, o que demonstra a
necessidade urgente de medidas para conter a violência política em regiões
tradicionalmente marcadas por conflitos eleitorais intensos.
O Tribunal
Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) já sinalizou o aumento das medidas de
segurança para o segundo turno, nestes casos: João Pessoa, e Campina Grande, os
maiores redutos eleitorais do Estado.
Tenho Dito,
Pereira Júnior
- Analística, e articulista Politico
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