O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
foi preso na manhã deste sábado (22). A prisão é preventiva e foi solicitada
pela Polícia
Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida não tem relação com a condenação por tentativa de golpe de Estado, mas
se trata de uma medida cautelar.
De acordo com a
decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a medida foi adotada após o
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio
do ex-presidente, na noite de sexta-feira (21).
Na decisão, Moraes
apontou risco de fuga e afirmou que a convocação de uma vigília em frente ao
condomínio do ex-presidente “indica a possível tentativa de utilização de
apoiadores” para “obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão
domiciliar”.
Moraes escreveu
que, embora o ato tenha sido apresentado como uma vigília pela saúde de
Bolsonaro, “a conduta indica a repetição do modus operandi da organização
criminosa liderada pelo referido réu”, com o uso de manifestações para obter
“vantagens pessoais” e “causar tumulto para a efetividade da lei penal”.
“Rememoro que o
réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que
posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da
Argentina, por meio de solicitação de asilo político”, escreveu Moraes.
Em outro trecho,
Moraes menciona que um vídeo publicado por Flávio Bolsonaro “incita o
desrespeito ao texto constitucional, à decisão judicial e às próprias
instituições” e demonstra que “não há limites da organização criminosa na
tentativa de causar caos social e conflitos no país, em total desrespeito à
democracia”.
Prisão
Bolsonaro foi
detido por volta das 6h e reagiu com tranquilidade à prisão. A ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro não estava em casa no momento da detenção.
O comboio que
transportava o ex-presidente chegou à sede da Polícia Federal às 6h35. Após os
trâmites iniciais, Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF no
Distrito Federal, onde ficará em uma "Sala de Estado" —
espaço reservado para autoridades como presidentes da República.
Até a última
atualização desta reportagem, ele passava por exame de corpo de delito. Agentes
do Instituto Médico-Legal (IML) foram até o local para realizar o procedimento
e evitar exposição desnecessária.
Em nota, a Polícia
Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva expedido por
decisão do STF. A defesa de Bolsonaro afirmou que, até as 6h40, ainda tinha
sido informada da prisão do ex-presidente.
Bolsonaro
estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto. À época, o ministro
Alexandre de Moraes decretou a medida por descumprimento de medidas cautelares
impostas ao ex-presidente.
À época, Moraes
afirmou que Bolsonaro usou redes sociais de aliados – incluindo seus três
filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo
e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à
intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.