Rui Falcão, está no Rio e afirmou que o partido não vai pedir a retirada da revista de circulação, mas quer impedir a publicidade da publicação em rádios, TV e outdoor. Segundo ele, isto configuraria propaganda eleitoral negativa - Marcos Tristão / Agência O Globo |
Mais cedo, ministro do TSE negou pedido de Dilma para suspender veiculação de reportagem da ‘Veja’
por Carolina de
Oliveira Castro e Rafael Galdo
/ Atualizado
RIO — O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou nesta sexta-feira que
o partido entrou com representações contra a revista “Veja” no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), no Ministério Público Eleitoral (MPE) e no Supremo
Tribunal Federal (STF). Ele disse que a legenda não pedirá a retirada de
circulação da reportagem em que o doleiro Alberto Youssef teria afirmado, em
delação premiada à Polícia Federal, que o ex-presidente Lula e a candidata à
reeleição Dilma Rousseff (PT) saberiam do esquema de corrupção na Petrobras. Mais
cedo, o ministro do TSE negou o pedido de liminar feito pela campanha da
presidente para a retirada da publicação da reportagem da revista, publicada no
site e no Facebook. Falcão também descartou a possibilidade de Lula e Dilma
estarem envolvidos no escândalo da empresa.
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Segundo o presidente do partido, nesta sexta-feira o PT entrou, no TSE, com
um pedido de direito de resposta contra a “Veja” e seu site, além de outro para
impedir qualquer publicidade da revista em rádio, TV ou outdoor, porque isso,
segundo ele, configuraria propaganda eleitoral negativa. No MPE, o partido
solicitou um procedimento investigativo para apurar abuso dos meios de
comunicação (no caso, da revista) com a intenção de prejudicar a candidatura e
desequilibrar o pleito. No STF, a sigla abriu uma representação penal de
difamação, supostamente praticada pelo autor da matéria, contra o PT.
Além disso, afirmou Rui Falcão, o partido pediu providências à Procuradoria
Geral da República quanto à eventual quebra de sigilo da delação premiado de
Youssef pela “Veja”. Nesse caso, de acordo com ele, o PT solicitou que o
partido tenha acesso aos depoimentos do doleiro nos quais estejam contidas
denúncias contra petistas. Essa mesma solicitação foi encaminhada ao STF. E,
por último, na esfera cível, o PT pediu indenização à revista, ainda sem valor
determinado, por difamação.
— A capa da Veja mais parece uma peça eleitoral, uma matéria com um delegado
fantasma e que depois é desmentida pelo próprio advogado (de Youssef). Nós não
podemos tolerar que continue a ter tanta tentativa de interferência no processo
eleitoral através de matérias caluniosas, mentirosas e totalmente sem
fundamentos e sem fontes. Nós pedimos ao TSE direito de resposta, por se tratar
de matéria inverídica, além de difamatória e caluniosa — disse Falcão.
O dirigente do partido, no entanto, acredita que a denúncia da revista não
deva influenciar a votação de domingo nem o debate desta noite, entre Dilma e
Aécio Neves (PSDB), na TV Globo. Um dos argumentos usados pelo presidente do PT
é de que a reportagem não dá detalhes nem nomes aos personagens (com exceção de
Yousseff). E lembra ainda o fato de o advogado do doleiro ter negado
conhecimento do teor do diálogo em que seu cliente acusaria Dilma e Lula.
— Se (o assunto) vier no debate, vocês viram que nem o advogado que assistiu
ao depoimento não tomou conhecimento de nada semelhante ao que foi dito na
reportagem. Basta dizer isso. É uma reportagem que ele descreve que o cara
senta, bota os cotovelos na mesa e fala com o delegado. Qual delegado? É tudo
inominado. Não se sustenta — disse. — O jornalismo praticado pela revista é um
jornalismo de esgoto, antigamente conhecido como jornalismo marrom. A
reportagem mesmo diz que não há nenhuma prova, mas que essas provas aparecerão
no futuro. Eu posso criar qualquer frase. Assim como descrever que ele
(Youssef) botou os cotovelos na mesa... Ele (o repórter) estava lá na sala? —
questionou.
Segundo Falcão, o partido quer ter acesso ao depoimento para tomar
conhecimento do envolvimento de qualquer petista no esquema. Se for comprovado,
será expulso da legenda. No entanto, garantiu o não envolvimento de Dilma e
Lula no caso.
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— Não queremos conviver corrupção. Mas, sim,
descarto toda possibilidade de eles estarem envolvidos.
Falcão defendeu a proposta de regulação para imprensa para os serviços de
concessão pública (TV e rádio), o que ele mesmo frisou não abranger a “Veja”
Segundo ele, a partir das 16h a candidata faz os últimos preparativos para o
debate. Ele e toda a comitiva da presidente estão em um hotel na Barra da
Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ali, Dilma os coordenadores de campanha Miguel
Rossetto e Aloizio Mercadante, além do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo
estão hospedados. A estratégia para o encontro desta noite, segundo o
presidente do PT, é um debate propositivo.
G1
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