O projeto da anistia defendido
pela extrema direita no Brasil, para anistiar golpistas do 8 de janeiro, que
depredaram a praça dos três poderes já nasce morto por ser inconstitucional. Se esta aberração for aprovada no congresso,
será considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, não por
vontade própria dos ministros da suprema corte, mas pela própria constituição.
O jurista constitucional Uchôa
pontuou: "A anistia política é uma espécie de perdão jurídico por
utilidade social, adotada normalmente para harmonizar uma sociedade fragilizada
por ruptura institucional. Seu escopo é beneficiar quem é injustamente oprimido
pelas forças dominantes. Em razão da natureza conciliatória, sua aplicação
requer respaldo social e ampla concertação entre os Poderes. Na Constituição, a
anistia está prevista no art. 48, VIII, sendo vedada para tortura, tráfico,
terrorismo e crimes hediondos (art. 5º, XLIII)", explica Uchôa.
De acordo com a constituição, isso não
caberia para os condenados do 8 de janeiro e, menos ainda, para futuros
apenados. "Para começar, o país não vivia uma ruptura institucional, as
ações golpistas é que visavam isso. Quem daquele dia foi perseguido
injustamente? Alguém não teve direito à ampla defesa? Houve prisões sem
base legal? Não", pontua.
"No mais, a anistia é vedada
quando aplicada unilateral e deliberadamente para contrariar decisão judicial.
Permitir isso seria aceitar que um Poder atacasse outro, algo repelido pela
Constituição. O STF já firmou entendimento contrário em medida similar quando
anulou graça dada pelo ex-presidente (hoje réu) Bolsonaro ao ex-deputado Daniel
Silveira", pondera o advogado.
Precedentes no STF
Quem também cita o caso do
ex-parlamentar Daniel Silveira é o jurista Lenio Streck. Em entrevista ao Fórum
Onze e Meia, ele reafirma que o PL da Anistia é inconstitucional. "Existem
vários precedentes no Supremo pelo qual ele reconhece que existem vedações
implícitas. Necessariamente, a Constituição não precisa proibir determinada
coisa. É implicitamente óbvio que está proibido. O Supremo disse isso em
2016, num processo, e, no caso Daniel Silveira, disse isso 43 vezes",
afirma Streck.
"A Constituição não pode, ao
mesmo tempo, estar no sistema albergando uma lei que diz que é crime grave
atentar contra ela e a democracia, e ao mesmo tempo, depois dizer que as
pessoas que atentaram podem ficar livres com base numa anistia", explica o
jurista.
A extrema direita só trata a
questão da anistia, por não ter projeto de Brasil, por não ter projeto para
melhorar a vida do povo, e sim pra está voltado para o seu eleitorado e
seguidores, trazendo simplesmente a mentira pra manter unido o seu grupo
radical.
Todos da direita sabem que o
projeto da anistia é inconstitucional, mas o que eles querem é o confronto com
o STF. Nada mais.
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