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8 de março de 2012

Boa notícia: Taxa de juros fica abaixo dos 10% / juro cai para 9,75%.


Quarta, 7 de Março de 2012 - 21h15

Uol .

Boa notícia: Taxa de juros fica abaixo dos 10% 
 
Foi divulgado na terça-feira (6), que a economia brasileira (PIB - Produto Interno Bruto) cresceu 2,7% em 2011, menos do que os 3% a 3,5% esperados pelo governo. Isso tende a pressionar a queda dos juros.
Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais caro. Essa situação deixa a economia com menos força. Reduzir os juros, ao contrário, estimula a produção e o consumo, melhorando o PIB.
A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.
Esta é a menor taxa do governo Dilma. O menor valor até então era o de janeiro deste ano, com 11,25%. Esta foi a segunda reunião do Copom no ano. A próxima mudança de juros será em 18 de abril.
Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75%. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.
Entenda a relação entre juros e a situação da economia
Os juros são empregados, entre outras razões, para tentar controlar a inflação ou para estimular o crescimento da economia. Quando o Banco Central considera que há risco de inflação, ele eleva os juros. Assim, as prestações e os empréstimos ficam mais caros e as pessoas consomem menos. Isso ajuda a reduzir a inflação.
Quando a economia fica mais fraca e as pessoas gastam menos, o BC faz o contrário, reduzindo os juros e o custo dos empréstimos, para estimular as compras.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A inflação oficial é medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O centro da meta do BC para a inflação neste ano é de 4,5%.
A meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%.
Em 2011, a inflação quase estourou o limite máximo da meta do governo, acumulando alta de 6,5% --o maior resultado desde 2004.
Em meados do ano passado, o governo adotou medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Desde agosto passado o Copom vem reduzindo a Selic, para tentar não deixar a economia esfriar em meio à crise global.
A argumentação básica tem sido de que o cenário internacional, sobretudo por conta das turbulências na Europa, é desinflacionário para o Brasil. Isso porque, com as grandes economias na região ainda patinando, a demanda mundial acaba perdendo força, com consequências para o Brasil.
Juros altos são bons para algumas aplicações
Os juros no Brasil ainda são considerados muito altos. Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações financeiras. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo, recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos.
Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.
Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.
(Com informações da Reuters)
Priscila Andrade com UOL

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G1.

Copom acelera ritmo de corte e juro cai para 9,75% ao ano, em um dígito

Maior parte dos economistas acreditava em corte menor: para 10% ao ano.
Segundo analistas, 'guerra cambial' e PIB fraco estimularam corte mais forte.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu nesta quarta-feira (7) e decidiu baixar a taxa básica de juros da economia brasileira de 10,5% ao ano para 9,75% ao ano, um corte de 0,75 ponto percentual. Trata-se da maior redução de juros desde junho de 2009.
Selic 9,75% - março 2012 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Com a decisão, a autoridade monetária acelerou o processo de redução da taxa Selic, iniciado em agosto do ano passado. Desde aquele mês, os juros haviam recuado em quatro reuniões consecutivas, na intensidade de 0,5 ponto percentual por encontro. A redução desta semana foi a quinta seguida, baixando os juros ao menor patamar desde meados de 2010.
Sem unanimidade
A decisão, porém, não foi unânime. Cinco diretores votaram pelo corte de 0,75 ponto percentual, mas outros dois integrantes do Copom queriam uma redução menor, de 0,5 ponto percentual.
Ao fim do encontro, o BC divulgou a seguinte frase: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p".
Expectativa do mercado
A definição do Banco Central, porém, surpreendeu a maior parte dos analistas do mercado financeiro, que acreditava, segundo pesquisa conduzida pela própria autoridade monetária, em um corte de 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, para 10% ao ano.
Uma redução maior, para 9,75% ao ano, porém, já estava "precificada" (jargão financeiro) pelos bancos no mercado futuro. A aposta majoritária, no mercado de juros futuros, era de uma queda de 0,75 ponto percentual nesta semana.
Juro em um dígito
Com o corte promovido nesta quarta-feira, o juro básico da economia retornou ao patamar de um dígito (abaixo de 10% ao ano), que havia sido registrado entre junho de 2009 e o mesmo mês de 2010.
A discussão sobre a capacidade de o Brasil ter uma taxa de juros abaixo de 10% ao ano, em linha com economias mais desenvolvidas, permeou o debate econômico no passado. A taxa, porém, foi atingida pela primeira vez somente em 2009, quando o BC afrouxou a política de juros para combater os efeitos da crise financeira. Em meados de 2010, porém, para conter a alta da inflação, os juros voltaram a subir para o patamar de dois dígitos.
Recentemente, o Banco Central avaliou que havia "elevada probabilidade" à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito", mas não informou quando isso poderia acontecer. Segundo o Copom, ocorreram "mudanças estruturais significativas" na economia brasileira, que determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na chamada "taxa neutra" (que teoricamente evitaria a inflação e, também, o desemprego).
Taxa real mais alta de 40 países
Mesmo acelerando o ritmo de corte dos juros e baixando-os para um patamar abaixo de 10% ao ano, a taxa de juros real brasileira (após o abatimento da inflação esperada para os próximos 12 meses) ainda é a mais alta de 40 países pesquisados - o que contribui para atrair capitais.
Levantamento do economista Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul, em parceria com Thiago Davino, analista de mercado da Weisul Agrícola, mostra que os juros reais estão, atualmente, após o corte de 0,75 ponto percentual na Selic, em cerca de 4,2% ao ano, acima do segundo colocado (Rússia, com 3,4% ao ano). A taxa média de juros de 40 países pesquisados está negativa em 0,7% ao ano.
Crise financeira, guerra cambial e PIB fraco
De acordo com economistas, uma série de fatores possibilitou ao Banco Central prosseguir baixando os juros neste mês. A avaliação do mercado financeiro é de que a crise financeira internacional, que impacta para baixo o nível de atividade da economia brasileira e mundial, juntamente com o recuo dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional), tendem a gerar menos pressões inflacionárias no Brasil – possibilitando a continuidade dos cortes nos juros por parte do BC.
Além disso, "guerra cambial" em curso, com a injeção de quase R$ 9 trilhões nos mercados financeiros por parte dos BCs dos países mais desenvolvidos (Estados Unidos e Europa principalmente) nos últimos três anos, o que foi apelidado de "tsunami monetário" pela presidente Dilma Rousseff, é um fator que pressionou o Banco Central brasileiro a acelerar o ritmo de corte dos juros. Somente na última semana, o Banco Central Europeu colocou no mercado US$ 712 bilhões em empréstimos de longo prazo. Em dezembro do ano passado, outros US$ 658 bilhões já tinham sido colocados em mercado.
A explicação é que parte destes recursos buscaria as economias emergentes, como o Brasil, que possuem juros elevados (gerando retorno financeiro maior para os investidores) e ainda registram um crescimento econômico um pouco mais elevado. Com juros mais baixos, os economistas explicam que poderia haver um ingresso menor de recursos na economia brasileira e que, consequentemente, isso poderia aliviar a pressão pela queda do dólar – fator que barateia as importações e torna as vendas externas brasileiras mais caras, minando, assim, a competitividade da produção nacional.
Outro indicador que também pressionou o Banco Central a intensificar o processo de redução dos juros, segundo analistas, foi o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Mesmo com a inflação ficando em 6,50% no ano passado, no teto do sistema de metas, o crescimento da economia somou 2,7%. Se for excluído o ano de 2009, quando o PIB recuou 0,6% por conta da primeira etapa da crise financeira internacional, foi a menor expansão desde 2003 (+1,1% de crescimento).
 Fonte: G1.

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