Horas depois de o irmão de Mução assumir a culpa pelo
envolvimento no esquema investigado pela Operação Dirty-Net, o
radialista teve o pedido de prisão temporária revogado e deixou a sede
da Polícia Federal de Pernambuco, no Cais do Apolo, Bairro do Recife, em
um carro particular, na noite dessa sexta-feira (29), por volta das
22h. Ele deverá falar com a imprensa neste sábado.
Carro particular que deixou a sede da PF-PE conduzindo o humorista
Fotos: Bernardo Soares/JC Imagem
Fotos: Bernardo Soares/JC Imagem
De
acordo com a Polícia Federal, o irmão do radialista, cujo nome não foi
divulgado, teria confirmado que utilizava os computadores e dispositivos
eletrônicos de Rodrigo Vieira Emerenciano, de 35 anos, o Mução, para
criar perfis de usuários, contas de e-mails e transferir dados.
Desde o início da operação, os advogados Waldir Xavier e Bruno Coelho alegaram inocência de Mução
A delegada que investiga o caso, Kilma Caminha, disse que Mução ficou bastante emocionado ao saber que o irmão confessou o crime. A suspeita de que uma outra pessoa utilizava os computadores do radialista para o envio de vídeos e imagens contendo pornografia infantil surgiu durante o depoimento de Mução.
Os delegados Nilson Antunes e Kilma Caminha investigam o caso
"Diante
dos fatos, ele [Rodrigo Vieira] chegou à conclusão de que a única
pessoa que teria acesso às residências e ao escritório dele seria o
irmão", afirmou. A partir disso, segundo Kilma, foram realizadas buscas e
verificou-se a possibilidade de que o novo suspeito tenha criado perfis
falsos com dados do irmão e acessado conteúdos de pedofilia na
internet.
O conteúdo do iPhone e de um tablet apreendidos em
Fortaleza com o radialista serão analisados no Recife. Mídias como CDs,
DVDs, e HD também foram recolhidas do escritório do humorista na capital
pernambucana para a investigação.
Em depoimento à PF, o irmão do
radialista, que trabalhava na produção do Programa do Mução, assumiu a
responsabilidade pela participação no esquema que conta com envolvidos
em 11 estados e no Distrito Federal.
A delegada Kilma Caminha
informou que o irmão do comunicador pode pegar de quatro a dez anos de
reclusão por disponibilizar imagens de crianças e adolescentes na
internet, segundo o artigo 241 B do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).
Ao todo, a Operação Dirty-Net cumpriu quatro mandados de
busca e apreensão, três sendo da Justiça Federal do Ceará e um da
Justiça Federal de Pernambuco. Os outros dois presos no Ceará, que não
tiveram seu nomes divulgados assim como o pernambucano, também foram
encaminhados à sede da Polícia Federal no Recife.
A OPERAÇÃO
As
prisões fazem parte da Operação Dirty-Net, da Polícia Federal, que foi
deflagrada na quinta em 11 estados brasileiros, além do Distrito
Federal, para cumprir 50 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão.
Segundo a PF, integrantes do grupo trocavam arquivos contendo cenas
degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso
sexual.
Se condenados, os presos podem ter pena de 4 a 10 anos de
reclusão, pela Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que
criminaliza quem “possuir ou disponibilizar por qualquer meio,
inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.
O esquema desarticulado pela Operação Dirty-Net (rede suja), envolvia 160 pessoas: 63 brasileiros e 97 estrangeiros.
Irmão pode pegar até 10 anos de prisão
Polícia Federal informou, em entrevista coletiva na noite desta sexta (29), que o irmão do humorista Rodrigo Vieira Emerenciano, conhecido como Mução, 35 anos, confessou ter usado login e senha do e-mail do radialista para divulgar material pornográfico na internet. As imagens de sexo explícito envolviam crianças, adolescentes e até bebês.
Polícia Federal informou, em entrevista coletiva na noite desta sexta (29), que o irmão do humorista Rodrigo Vieira Emerenciano, conhecido como Mução, 35 anos, confessou ter usado login e senha do e-mail do radialista para divulgar material pornográfico na internet. As imagens de sexo explícito envolviam crianças, adolescentes e até bebês.
O suspeito não
teve o nome divulgado, mas a polícia confirmou que ele é engenheiro da
computação e ocupava um cargo de diretoria na empresa de Mução, no
Ceará. O radialista, preso em Fortaleza na quinta-feira (28), teve a
prisão revogada pela 13ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de
Pernambuco e foi liberado, mas não poderá sair do Recife porque as
investigações continuam.
A delegada responsável pelo caso, Kilma
Caminha, informou que o irmão do comunicador pode pegar de quatro a dez
anos de reclusão por disponibilizar imagens de crianças e adolescentes
na internet, segundo o artigo 241 B do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Mução deixou a sede da PF, no Cais do Apolo, Bairro
do Recife, por volta das 21h, sem dar entrevistas, mas seus advogados
afirmaram que ele deve se pronunciar neste sábado (30). De acordo com os
investigadores da PF, ao saber da participação do irmão no crime, Mução
ficou emocionado e chorou.
O apresentador de um programa
humorístico de rádio era tido como um dos acusados de integrar uma rede
virtual de pedofilia que atuava em 11 Estados e no Distrito Federal.
Escoltado
por três agentes federais, Mução chegou pela manhã ao Aeroporto
Internacional do Recife, na Zona Sul. De lá, seguiu para a sede da PF
acompanhado por um advogado. Os policiais apreenderam, para fins de
investigação, um iPhone e um tablet, que estavam na casa do radialista.
Mução deve dar entrevista coletiva neste sábado
Durante
as buscas e interrogatórios, que se estenderam ao longo do dia, o
humorista levantou a possibilidade de pessoas muito próximas a ele (com
acesso amplo e irrestrito aos seus locais de residência e trabalho e aos
seus dados pessoais) estarem envolvidas no caso. A partir de então, a
PF fez novas diligências e acabou chegando ao irmão de Mução.
“Fizemos
a intimação e, quando se apresentou, no Ceará, o irmão do investigado
acabou confessando”, afirmou o delegado regional de Combate ao Crime
Organizado, Nilson Antunes. Ele não chegou a ser detido porque se
apresentou espontaneamente e não houve configuração de flagrante.
Responsável pelo setor de informática da empresa, o irmão do humorista
tinha acesso a senhas e dados de todos os funcionários. Ele chegou a
criar perfis falsos em redes sociais com o nome de Mução ou iniciais que
lembrassem o nome dele.
O delegado Nilson Antunes negou que o
radialista tenha sido preso injustamente. Segundo a PF, investigações
apontavam seu envolvimento no caso e a prisão temporária foi decretada
para agilizar os trabalhos.
Mução (de boné) chega a Recife escoltado por agentes da PF
Com informações da Rádio Jornal e de Cidades/JC
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