Médicos de hospitais federais, incluindo os universitários,
prometem parar o atendimento eletivo nesta terça-feira (12). Serviços de
urgência e emergência serão mantidos.
Os médicos protestam
contra a Medida Provisória 568 de 2012, editada pelo governo federal e
em tramitação na Câmara dos Deputados. O texto trata das carreiras
federais em várias áreas; para os médicos, a consequência é reduzir à
metade os honorários, protestam as entidades do setor.
A MP
568/2012 interfere na remuneração e desfigura a jornada de trabalho dos
profissionais. Médicos que têm hoje uma jornada de 20h/semanais no
serviço público, por exemplo, ao ingressarem na carreira teriam que
cumprir 40h/semanais pelo mesmo valor, ou seja, uma redução de 50% na
remuneração. Estima-se que, em todo Brasil, 42 mil médicos ativos e
inativos do Ministério da Saúde serão atingidos, além de 7 mil do
Ministério da Educação.
A orientação da paralisação é da
Federação Nacional dos Médicos (FENAM). A medida é considerada pelo
presidente da entidade, Cid Carvalhaes, como “um enorme retrocesso em um
país já tão castigado pela carência do nosso Sistema Único de Saúde e
pela desvalorização dos profissionais de medicina.”
Os protestos
serão organizados pelos sindicatos de cada região. Paraíba: médicos
realizarão uma caminhada em protesto à MP 568. A concentração dos
profissionais será a partir das 8 horas, no portão de trás do Conselho
Regional de Medicina, com saída às 10h em direção à Lagoa.
No
mesmo dia 12, será votada a admissibilidade da medida pela Comissão
Mista do Congresso Nacional. O relator, senador Eduardo Braga, já se
comprometeu em retirar os médicos da MP, mas segundo a categoria, é
importante manter a pressão sobre o parlamento e sobre o governo.
“Entendo
que manter a pressão sobre o parlamento e sobre o governo significa
trabalhar para construir a primeira greve geral de médicos servidores
públicos federais da história do nosso movimento. Não temos nada a
perder, pois já perdemos com a MP 568 em vigor. Nossa salvação é
derrubá-la, derrubá-la só com a greve geral” relatou o secretário de
comunicação da FENAM, Waldir Cardoso.
As entidades médicas
compreendem que a MP traz a determinados setores do funcionalismo
avanços importantes, que devem ser mantidos e até ampliados.
Entretanto,
particularmente nos artigos de 42 e 47, prejudica os atuais e futuros
servidores médicos dobrando jornadas sem acréscimo de vencimentos,
reduzindo a remuneração em até metade e cortando valores de
insalubridade e periculosidade. As perdas atingem, inclusive,
aposentados (e pensionistas), que tanto já se dedicaram ao serviço
público, enfrentando baixos salários e condições de trabalho adversas.
Confira como será o protesto nos estados:
Distrito Federal:
paralisação de 24 horas contra a Medida Provisória 568/12, com a
realização de ato público em frente ao Hospital Universitário de
Brasília (HUB). Ponto de encontro: estacionamento ao lado do alojamento
da residência médica.
São Paulo: às 9h, os
médicos de São Paulo farão uma grande manifestação em frente à Unifesp
(Rua Napoleão de Barros, nº 715, Vila Mariana, capital).
Rio de Janeiro: ato
público em frente ao Hospital Bom Sucesso, às 10 horas. No final do
dia, ás 20 horas, uma assembleia geral definirá os rumos do movimento.
Minas Gerais: A
manifestação em Minas Gerais foi adiantada para esta segunda-feira, dia
11 de junho. Nessa data, haverá uma paralisação de 12 horas (das 7hs às
19 hs) dos atendimentos eletivos. Casos de urgência e emergência, no
entanto, serão atendidos normalmente. De 12 às 14hs, no mesmo dia, a
categoria realiza um Ato Público em frente à Faculdade de Medicina da
UFMG (Av. Alfredo Balena, 190).
Maranhão: Protesto dos médicos será na Praça Deodoro, em São Luís, a partir das 9 horas.
Paraná: Além
da paralisação, os médicos realizarão uma assembleia no Hospital de
Clínicas. Eles sairão em passeata até a Praça Santos Andrade, onde será
realizado um ato público em frente ao prédio histórico da Universidade
Federal do Paraná.
Santa Catarina: Médicos participam de Assembleia Geral dos Médicos Servidores Federais no Hospital Universitário, às 11hs.
Rio Grande do Sul: o
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) realizará um ato público
nesta terça-feira (12), às 11h30m, em frente ao Museu de História da
Medicina do RS (MUHM), ao lado do Hospital Beneficência Portuguesa, na
avenida Independência, 270, no Centro de Porto Alegre.
Sergipe:
médicos federais de Sergipe estarão paralisados nesta terça-feira, dia
12, partir das 7 horas. Um ato de protesto será realizado no ambulatório
do Hospital Universitário (HU).
Piauí: No Piauí, o protesto acontecerá na sede do Sindicato dos Médicos, a partir das 7:30h.
Bahia: Médicos estarão paralisados e realizarão assembleia no Hotel Mercure, às 19hs.
Rio Grande do Norte: os
médicos do estado, em greve desde o dia 29 de abril, realizam
mobilização em frente a Assembleia Legislativa, às 10h. Estudantes de
medicina da Universidade Federal do RN também apoiam e participam da
manifestação.
Ceará: Médicos estarão paralisados
na data e realizam concentração na entrada do Plenário da Assembleia
Legislativa do Ceará, às 9 horas.
Paraíba: médicos
realizarão uma caminhada em protesto à MP 568. A concentração dos
profissionais será a partir das 8 horas, no portão de trás do Conselho
Regional de Medicina, com saída às 10h em direção à Lagoa.
Pará: Ato público em frente ao Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém.
Amazonas: Assembleia
nesta terça para discutir possibilidade de uma greve nacional, ás 19
horas. No último dia 4 de junho, ocorreu uma passeata que percorreu as
avenidas Boulevar Alvaro Maia, Djalma Batista e Pará finalizando com um
abraço simbólico ao prédio da Universidade de Medicina da Ufam.
Acre: Reunião na noite desta segunda-feira (11) médicos definirão os protestos em assembleia.
Mato Grosso do Sul: No
Estado, o protesto se limitará a uma nota de repúdio contra a MP
568/2012, Entretanto, “não está descartada uma grande greve nacional, se
a MP passar e os médicos de Mato Grosso do Sul vão aderir”, ressaltou o
presidente do sindicato, Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul,
Marco Antonio Leite.
Pernambuco: Haverá
paralisação no estado nesta terça-feira (12)e assembleia para discutir e
encaminhar as deliberações do movimento na quarta-feira(13), na
Assosciação Médica de Pe.
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