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27 de agosto de 2012

Produtos ligados a educação tiveram maior alta no IPCA


Em seguida estão despesas pessoais (6,51%), impulsionadas pela recreação (6,32%), alimentação (4,19%) saúde (3,80%), combustível e energia (1,06%). 

Os maiores aumentos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro a julho deste ano foram na educação. Os gastos ligados ao setor tiveram alta de 6,82%. Em seguida estão despesas pessoais (6,51%), impulsionadas pela recreação (6,32%), alimentação (4,19%) saúde (3,80%), combustível e energia (1,06%).

Os índices de inflação analisam a variação nos preços de produtos característicos de uma faixa de renda delimitada. Cada índice leva em conta uma cesta de produtos elaborada com base em pesquisa familiar e sua composição é feita de acordo com a faixa de renda salarial dessas famílias.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) leva em consideração famílias com faixa de renda de um a cinco salários mínimos. Diferente da cesta de produtos acompanhada pelo IPCA, que toma como base famílias que ganham de um a 40 salários mínimos. Isso quer dizer que os produtos avaliados são mais variados e atingem as famílias enquadradas nas três esferas econômicas.

Historicamente, conforme lembrou o economista Renato Assis, do Dieese, é mais comum que o aumento do preço de determinados produtos supere a média de reajustes salariais, mas tem havido algumas mudanças nos últimos anos. “Antigamente tínhamos inflação de dois dígitos e hoje o índice já transita entre 4% e 6%. O salário tem crescido bastante e, no cenário paraibano, onde mais de 50% das famílias ganham um salário mínimo, isso é muito significativo. Se formos observar a evolução histórica desde abril 2003 a janeiro de 2012, o salário mínimo cresceu 210,98%”, declarou.

O economista também enfatizou que, em 2011, 86,8% das negociações coletivas das classes trabalhadoras no Brasil tiveram ganho real às categorias. “Se observarmos essa mesma situação em 2003, verificamos que apenas 18,8% conseguiram esse reajuste e 58,2% não chegaram nem a recompor a inflação. Grande parte, por mais que o reajuste tenha sido pequeno, tem conseguido recompor, pelo menos, a inflação. O problema é que a inflação, por mais que tenha desacelerado, continua alta”, argumentou.

Estratégias garantem redução de despesa

Cortar as viagens foi uma das primeiras medidas que a empresária Josenilda Vilar Ferreira tomou para controlar o orçamento da sua família, que pode ser enquadrada como de classe média. Além disso, também foram cortadas as programações de refeições fora de casa. “Resolvemos comprar as coisas no supermercado e fazer alguma comida diferente em casa mesmo. É bom que a gente aproveita mais o tempo juntos em casa porque passamos pouco tempo reunidos durante a semana”, argumentou.

De forma semelhante, o casal de administradores Pedro e Cida Brito, que também se enquadram na faixa de famílias de classe média, contaram que já começaram a fazer alguns “cortes” para conter os impactos da inflação. Cida disse que sentiu primeiro a alta dos preços nos alimentos. “Quem tem o hábito de vir ao supermercado fazer suas compras, percebe como os preços aumentam. Muitas vezes em intervalo de dias. Por isso é muito importante também fazermos pesquisa. Porque o preço que encontramos em um lugar para um determinado produto, pode estar até 50% mais barato em outro lugar”, comentou.

Pedro Brito contou que só não conseguiu abrir mão das viagens nacionais. “Temos um filho que mora no Paraná e sempre viajamos quatro vezes por ano para visitá-lo. Por enquanto ainda estamos conseguindo não mexer nas viagens porque de vez em quando pegamos algumas promoções das empresas de aviação e deixamos passagens agendadas”, observou.

Já com relação à alimentação fora de casa, o casal suspendeu as saídas para restaurantes e bares. “Também estamos nos segurando para gastar menos com vestuário. Podemos evitar gastos desnecessários com as roupas e, por isso, estamos começando a conter os gastos supérfluos”, enfatizou Pedro Brito.

Portal Correio / A NOTICIA BOM SUCESSO PB

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