Nem
assumiram ainda seus postos de administradores municipais, mas os
prefeitos eleitos no último pleito eleitoral já se preocupam bastante
com o legado, pois terão que se desdobrar através de medidas de
contenção de despesas para então enfrentarem os impactos previstos com a
queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e também com o
reajuste anual do piso do salário dos professores que se aproxima.
E
como os pequenos municípios são sempre os mais penalizados, a nossa
reportagem procurou ouvir alguns dos prefeitos eleitos para ver de que
forma eles buscaram driblar esses impactos que sofrerão as máquinas
administrativas já no inicio de suas gestões.
O prefeito
eleito de Sousa, André Gadelha (PMDB), revelou em entrevista que teme
essa problemática a ser enfrentada, mas que buscará enxugar a máquina
para que a mesma possa funcionar sem problemas. “inicialmente faremos um
recadastramento para saber realmente quantos funcionários temos na
prefeitura e quanto vamos precisar para que a máquina funcione
tranquilamente. E diante desses números nós vamos tomar as primeiras
decisões em torno de folha de pagamento e depois da questão de obras que
estão sendo feitas ou planejadas com recursos próprios. Então, vamos
analisar mesmo o que temos que fazer para Sousa, e planejar em Sousa com
parcerias com os governos do Estado e Governo Federal. E com a queda do
FPM nos vamos ter que buscar enxugar a folha para que não tenha nenhum
problema com pagamento dos nossos funcionários”, adiantou ele.
Ainda
com relação à Sousa, André Gadelha disse que em seguida verá a questão
das secretarias. “No caso de Sousa não haverá exclusão de secretárias
para reduzir gastos, porque lá pelo contrário, precisa-se até de mais de
algumas pastas como a de Esportes, da pesca, que já temos essas
potencialidades dessas atividades, mas que infelizmente não vamos poder
criar já, diante dessa situação. Então, o que precisamos é expandir as
responsabilidades e atacar em todas as áreas os problemas que surgirem,
acrescentou ele.
Já o prefeito eleito de Bananeiras, Douglas
Lucena (PPS), disse que está temeroso com todos esses impactos e tomará
várias medidas assim que estiver no cargo a partir de 1º de janeiros do
próximo ano.
“O que nos espera é um cenário tenebroso e
teremos que realizar um ajuste severo para fazer frente a esses impactos
que sofrem principalmente os municípios de pequeno porte desde 2008.
Vamos extinguir secretarias, como a de articulação política e fundir
secretárias como a juventude e esportes que iremos transformar em
coordenadorias. Devemos manter como estão, sem penalidades pastas como
saúde, educação e turismo. Iremos atacar as despesas mês, diminuir
cargos comissionados e estabelecer o controle de contas públicas, como
gastos com combustíveis, eletricidade e ainda buscar parcerias para
chegar mais próximo as melhorias do meio ambiente”, detalhou o gestor
eleito.
Contudo, Douglas Lucena disse que no caso da educação
será mais fácil de superar os impactos. “Temos cerca de mil efetivos e a
nossa sorte é que a maioria dos servidores efetivos é da educação e já
está previsto dentro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) o
reajuste de salário dos nossos educadores”, frisou ele.
Outro
prefeito eleito que se mostrou preocupado com a situação a ser
enfrentada pelos gestores municipais, foi o de Cabedelo, Luceninha
(PMDB). Ele inclusive conclama a união dos prefeitos para superar essas
problemáticas. “A queda do FPM que iremos enfrentar é para nos futuros
gestores uma grande preocupação de um modo geral. Mas, eu creio que
caberá a nós buscarmos a união para buscar recursos, pleitear benefícios
junto às esferas publicas superiores, principalmente nós que integramos
a região metropolitana de João Pessoa. Porque fica mais fácil de nos
reunirmos para buscarmos um meio de reparar as perdas que teremos com
essa queda do FPM”, conclamou ele.
Luceninha disse também que
Cabedelo terá cortes de contratados e que aguarda o relatório da sua
comissão de transição para ver quais serão as medidas urgentes a serem
tomadas para o fluir da máquina pública. “Com relação a cortes, até
dezembro em Cabedelo, o atual gestor já estará cortando automaticamente
900 contratados, pois como e temos o concurso que foi homologado em
agosto passado, teremos que chamar algumas pessoas do concurso pelo
menos das áreas essenciais de fundamental importância para o
funcionamento da máquina e que requer contratação imediata. Nas demais
áreas eu vou me colocar a par do relatório da nossa equipe de transição,
que já está sendo instalada, e que o prefeito atual nos colocou à
disposição, e assim que tiver em mãos veremos as demandas apontadas pela
atual gestão, daí vamos tomar as devidas providências necessárias e
cabíveis”, frisou ele.
Mais uma nova gestora, a prefeita
eleita de Patos, Chica Mota (PMDB), medidas drásticas a serem tomadas
para minimizar os impactos anunciados. Contudo, ela revelou que está
mais tranquila porque desde já tem contado com o apoio do atual prefeito
local, Nabor Wanderley (PMDB) para organizar a máquina pública para sua
chega em primeiro de janeiro.
“Serei uma prefeita diferente
daqueles prefeitos que não têm acesso, pois como tenho o apoio do atual
prefeito Nabor. Inclusive, o prefeito Nabor já se adiantou e está
tomando algumas providências nesse sentido como cortes, e isso é uma
decisão que já se antecipou me deixando em uma situação mais confortável
como administradora, já que normalmente no inicio de ano acontece esse
problema porque o FPM cai muito”, contou ela.
As demais
contenções de gastos para equilíbrio da prefeitura de Patos, Chica Mota
disse que tomará providências assim que tomar conhecimento, através dos
relatórios a serem apresentados pela sua comissão de transição. “Mesmo
tendo um governo de continuidade, para iniciar acho que deve ter um
corte razoável nos gastos. Portanto, assim que assumir e me colocar a
par das necessidades, darei continuidade a enxugar o que for necessário
para resolver os problemas para equilibrar as finanças, já que a redução
dos recursos vem a nível federal e teremos que absorve-los também a
nível municipal”, concluiu Chica.
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