Jimmy W. G. Mendes - Bacharel em Teologia |
O mundo cristão/católico romano parou no último dia doze
de Fevereiro, com a notícia de que o seu maior líder, o papa Bento XVI estará
renunciando ao pontificado no próximo dia 28. “Bem consciente da seriedade desse ato,
com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma,
sucessor de São Pedro”, afirmou Bento XVI, durante uma reunião no Vaticano
entre cardeais católicos. A renúncia de Bento XVI acontece durante um dos
períodos mais importantes da tradição católica, a quaresma. O papa deixa o
cargo, após quase oito anos de liderança a frente do maior rebanho cristão do mundo.
Muitas são as especulações em torno da renuncia de Bento XVI, para muitos foi
um ato de grandeza, uma vez que o papa reconheceu no seu discurso não ter mais
forças físicas e mentais para continuar no cargo. “Após ter repetidamente examinado minha
consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à
idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério
Petrino”, justificou-se, perante aos pares do Vaticano. A noticia além de
surpreendente é histórica, uma vez que Bento XVI é apenas o quarto papa a
renunciar em toda a história da igreja, sendo que a ultima vez que isto tinha
acontecido foi em 1415, com o papa Gregório XII.
A sucessão se dará conforme reza o Código Canônico
católico romano, mas não quero discutir, quem será o próximo papa, apesar das
profecias de São Malaquias no ano de 1139 d.c apontarem para um italiano, mas,
as implicações da renuncia de Bento XVI.
O que se sabe, é perceptível, aos olhos daqueles que tem
um pouco de bom senso, é que a Igreja Católica precisa de uma renovação
urgente, não estamos falando apenas da criação de mais um subgrupo dentro da
instituição, como os carismáticos, e sim, de algo que venha mexer com toda a
estrutura eclesiástica, que em minha opinião está falida. Vale salientar também,
que esta renovação, que passo a chamá-la de uma NOVA REFORMA, isso porque, já
aconteceu uma reforma no século XVI, com o padre Martinho Lutero, precisa ser
voltada para o povo leigo, simples, a Bíblia precisa voltar a ser o centro da
doutrina, ao invés dos dogmas, das tradições. Falo isso lembrando também, que
não faria nenhum mal, se algumas igrejas protestantes fizessem esta mesma
reforma, por terem se perdido na busca de satisfazer o desejo desenfreado do
ser humano pelo sucesso rápido e prático.
Até que ponto a renuncia do papa, promoverá as mudanças
necessárias dentro da Igreja? Os cardeais terão a coragem de eleger um líder
que mexa nas estruturas arcaicas da tradição religiosa? Essas e outras
perguntas surgem, mas por enquanto ficam sem as devidas respostas. Se a Igreja Católica eleger
um Papa progressista poderá mudar o rumo da história da Igreja, dir-se-ia que a
Igreja Romana se inclinaria para uma nova política onde fosse permitido que os
padres casassem e com isto procurar resolver problemas sexuais que muito tem
abalado a moral e as finanças do Vaticano. “Seria o momento de a igreja repensar e
colocar na linha de frente um colégio de cardeais que possa pensar em levar
adiante o processo de diálogo, que caminha mais para o pluralismo religioso do
que para o conservadorismo”, diz o professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) Rafael Rodrigues da Silva, especialista em Ciências da
Religião
Na primeira missa após o anúncio de sua renúncia, o Papa
Bento XVI afirmou que a Igreja Católica “está desfigurada” por “divisões em seu
corpo eclesiástico”. O que isto realmente significa? Significa que nem todos os
sacerdotes, já comungam das mesmas crenças, como o celibato obrigatório, a
adoração e culto aos Santos da Igreja, entre outras. A renúncia em si um fato
“histórico” e “novo”, e pode revolucionar a forma como a Igreja Católica
elegerá o próximo pontífice: Em primeiro lugar, cai o tabu de que o Papa tem de
ser papa até o fim. Na sucessão, seguramente haverá muita influência de Bento
XVI. Será a primeira vez na história que se vai nomear um papa com outro ainda
vivo. Que influência ele terá no conclave? Não temos como saber, porque é
inédito.
Esperamos e aguardamos ansiosos, os próximos passos que
serão dados pela Igreja, e veremos se foi em direção a Bíblia ou mais um passo
em relação ao abismo doutrinário que durante anos, tem sido o principal
responsável pela migração de fiéis católicos para outras religiões.
Desejamos também que o Cristianismo como um todo, possa
novamente se reencontrar nos seus pilares: Sola Scriptura (Somente a Bíblia e toda a
Bíblia); Solus Christus (Somente Cristo; Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Fide (Somente a Fé); Soli Deo Gloria (Somente a Deus Glória).
Nele, Jesus Cristo,
Senhor da IGREJA
Por Jimmy W. G. Mendes
- Bacharel em Teologia
Catolé News
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