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21 de fevereiro de 2013

Lançada por Lula à reeleição, Dilma rejeita herança tucana

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Lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, a presidente Dilma Rousseff transformou a festa para celebrar os dez anos do partido no governo em um primeiro ato de campanha.

No palanque, Dilma rejeitou a herança de Fernando Henrique Cardoso, logo após Lula apontar a vitória dela em 2014 como "uma consagração política" diante das críticas ao PT feitas ontem por Aécio Neves --principal nome do PSDB para a Presidência.

"A resposta que o PT deve dar [à oposição] é dizer que eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem e que, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a eles a reeleição da presidenta Dilma em 2014", discursou Lula no evento.

"Nós não herdamos nada. Nós construímos", afirmou Dilma, ao defender ações do governo na área energética e rebater as críticas do PSDB à política de seu governo.Ao lançar Dilma candidata de forma enfática, Lula usou a festa petista para desfazer as dúvidas sobre a candidatura da presidente e afastar especulações sobre sua intenção de voltar ao cargo.

 
Ao lado de aliados, Lula e Dilma participam de evento que comemora os dez anos do PT no poder

10 anos de PT no governo 


O tom do discurso de Dilma foi diferente do que ela adotou no início de seu governo, há dois anos, quando reconheceu avanços nos governos tucanos e fez demonstrações públicas de apreço pelo ex-presidente FHC.

Sem referência aos tucanos, a presidente disse ontem que manter a economia estável é um "compromisso inegociável". "Como vamos destruir os pilares da economia se os ajudamos a construir nos últimos dez anos? Quem apostar contra vai amargar sérios prejuízos políticos."

O marqueteiro do PT, João Santana, acompanhou a festa petista e gravou os discursos. Um trilho foi montado para que uma câmera registrasse imagens no palanque.

Lula também fez ataques a FHC. "Eu vi nosso querido ex-presidente nervoso dizendo 'isso é coisa de criança, o PT não cresceu'. A gente ficar oito anos falando 'nunca antes na história desse país' irritou eles. Nós não temos medo de comparação", afirmou.

O ato contou com a participação do ex-ministro José Dirceu e dos deputados José Genoíno e João Paulo Cunha, todos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Sem citar diretamente o mensalão, o ex-presidente disse que seu partido não deve se envergonhar de debates sobre corrupção e defendeu a política de alianças que deu origem ao escândalo.

"Temos que agradecer porque foi a teoria do 'Lulinha paz e amor' que permitiu construir uma base aliada com partidos bem diferentes de nós e nos ensinou a conviver com a diversidade."

No palanque havia presidentes de siglas que apoiam o governo, como Alfredo Nascimento (PR) e Carlos Lupi (PDT), demitidos de pastas por Dilma após denúncias.

Antes ligado a José Serra (PSDB) e agora aliado do PT, o ex-prefeito Gilberto Kassab, que lidera o PSD, acabou vaiado pela militância ao subir no palanque, ao iniciar e ao encerrar seu discurso.

Diante dos apoiadores, Lula afirmou que a oposição tem preconceito com os pobres. A presidente Dilma seguiu a mesma linha, defendeu as políticas sociais de seu governo e atacou os que afirmam que ela anunciou o fim da miséria por meio de "um mero jogo de estatística".

A presidente também fez uma crítica velada à imprensa, ao dizer que não houve "estardalhaço" dez anos atrás, quando "havia quase 40 milhões na miséria".

Lula foi explícito ao criticar a mídia. Disse que, "na ausência dos partidos de oposição, um setor da imprensa faz oposição". "Quando eu critico a imprensa, eles dizem: 'Lula ataca a imprensa'. Quando me atacam, dizem: 'a gente fez uma crítica'".

Folha Online

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