Aquivo X
O bacana e sempre bem informado Conselho
Deliberativo do Flamengo aprovou na noite de ontem o contrato do
patrocínio da Caixa Econômica Federal no Manto. Um bocado de dinheiro
que somado às bufunfas da adidas, da Peugeot, Tim e de mais um amigo que
vai pintar na manga a qualquer momento farão do centimetro quadrado do
nosso sagrado pano vermelho e preto o espaço publicitário mais
valorizado do futebol sul-americano. Praticamente o Leblon das camisas.
Serão no mínimo 83 milhões de reais por ano, uma quantia assaz
considerável e que o Flamengo não encontra pessoalmente há muitos anos.
Esse reencontro vai ser lindo, o
contrato é maravilhoso, a Caixa é o banco do povo, os carecas são
sinistros, Dudu tá lendo, etc. Mas se ligue, rubro-negro materialista,
na vida nem tudo é dinheiro. As duas maiores vantagens do novo
patrocínio do Mengão são imateriais.
Uma
é relativa ao nosso heroico e inigualável Tetracampeonato Brasileiro,
reconhecido até pela Febraban, mas que em virtude de chicanas e lides
temerárias patrocinadas por um dos nossos mais desimportantes genéricos
setentrionais a CBF não reconhece. Como não reconhece nosso
tetracampeonato a malévola confederação semeia a cizânia e não nos
entrega a famigerada, inútil e simbólica Taça de Bolinhas que
conquistamos definitivamente em 1992. Obrigado, Maestro.
Essa maldita peça de decoração em aço
escovado e base de madeira de lei, pesando aproximadamente 3 quilos e
200 gramas foi surrupiada durante anos pela bambizada que não honra a
própria assinatura e que só a devolveram quando a radiopatrulha meteu o
pé na porta do Morumbi e confiscou a peça. Que desde então dormia no
frio e escuro cofre da Caixa Econômica Federal. Dormia mas não dorme
mais. Porque desde ontem a nossa Taça de Bolinhas está em outro lugar.
Está no cofre do nosso patrocinador. Chupa, bambi!
A segunda razão imaterial envolve o
mistério insondável do poder das letras. Com a logomarca da Caixa no
Manto a mais fuderosa vestimenta esportiva do mundo volta a ostentar o
cabalístico X que estava na logomarca da Lubrax durante os 25 anos mais
vencedores da história do Flamengo.
O X está mesmo rondando o Flamengo. Não é
só a Caixa, a Imperatriz Leopoldinense vai desfilar no ano que vem um
enredo sobre o Zico chamado Arthur X – O reino do Galinho de Ouro na
corte da Imperatriz. Contratamos dois jogadores do XV (olha o X aí de
novo) de Piracicaba. Bate na madeira aê, amigo.
Pra
culminar com a macumba alfabética que assola a Gávea a empresa do Eike
Batista, que está de olho no Maraca e que já arrendou o nosso edifício
do Morro da Viúva por 50 anos se chama EBX. Aliás, todas as empresas do
cara tem X no nome porque acredita que o símbolo da multiplicação é bom
pros negócios. No que concordam os caras da Rolex, Fox, Xerox e China in
Box. Nem precisamos citar a holding Xou da Xuxa porque a Rainha dos
Baixinhos é hors concours quando o assunto é X.
Bem, não será por falta de X que o
Mengão deixará de voltar a ganhar tudo outra vez. Além da marca da Caixa
no peito e no calção ainda vai ter um X extra na altura da clavícula,
ou escápula, do Manto. Imagina todo esse poder do X e ainda as três
listrinhas sinistras da adidas. O Manto vai ficar impossível! Será que
vai vender muito?
É Noix!
P.S.:
Antes de me despedir peço licença aos meus estimados leitores
rubro-negros para cumprimentar o Botafogo pela segunda vez na semana.
Parabéns, Foguinho, pelos 17 anos sem tomar gol na Libertadores.
Fonte:
http://www.dihitt.com.br/n/futebol/2013/05/08/apos-acerto-com-a-caixa-taca-das-bolinhas-deve-ir-para-a-gavea
Nenhum comentário:
Postar um comentário