Desaprovar um
serviço de celular e recorrer a outro não é uma opção para os moradores
de 37% das cidades brasileiras. Esses municípios são atendidos por
apenas uma operadora de celular, segundo levantamento realizado pelo G1
na base de dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A
realidade é vivenciada por 2.056 das 5.565 cidades do Brasil. No
entanto, em 15 dos 26 Estados mais o Distrito Federal o índice de
municípios onde opera apenas uma empresa de celular é superior à média
brasileira.
Composto
por Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Minas Gerais, Acre, Pará, amazonas,
Bahia, Paraíba, Amapá, Rio Grande do Norte, Roraima, Tocantins e
Maranhão, o grupo é encabeçado pelo Piauí, onde chega a 79% o número de
municípios com apenas uma prestadora de serviços de celular. (Veja a
distribuição das operadoras por cidades no mapa abaixo).
Por
meio da rede celular, é ofertada também pacotes de internet móvel. Os
números levantados pelo G1 mostram ainda que mais da metade (50,93%) dos
municípios brasileiros têm seus consumidores disputados por apenas duas
operadoras. A base de dados consultada pela reportagem considera a
presença de uma operadora em uma cidade desde que tenha instalada lá uma
antena, as chamadas estações de rádio-base (ERB).
Durante
o lançamento de uma empresa de banda larga em agosto, o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, criticou a falta de apetite das empresas
de ir para o interior do país. “Nós temos um problema que é as grandes
empresas não enxergarem a periferia e o interior. Um choque de
competição e inovação é fundamental no mercado."
De
acordo Eduardo Levy, porta-voz da Sinditelebrail (sindicato das
empresas de telecomunicações), as companhias não são multadas, porque “o
Estado brasileiro assim decidiu”. Ele afirma que a baixa presença
ocorre porque as empresas cumprem apenas o estabelecido pela Anatel em
seus editais.
“O
Brasil não é o que nós vivemos aqui, você em São Paulo, eu em Brasília.
Quando a Anatel prepara um edital para cobrir o Brasil inteiro, ela
junta áreas de grande interesse econômico financeiro, com áreas onde não
há nenhum interesse ou baixo interesse, áreas onde a implantação é mais
barata com áreas onde a implantação é mais onerosa”, explica --no
Distrito Federal, há mais de quatro operadoras e, no Estado de São
Paulo, só 8% das cidades são atendidos por uma única empresa de
celular. Além disso, o executivo argumenta que apenas 8% da população
vivem em cidades
O
cumprimento das regras também é responsável pelo apagão de sinal em
algumas estradas, diz Levy. “Não há obrigação de cobrir um só metro de
estrada nenhuma. Ao contrário, toda e qualquer que tiver o serviço de
celular, ou está dentro da área de cobertura do município, ou tem um
interesse que as empresas descobriram posteriormente.”
De
fato, as regras estabelecidas pela Anatel afirmam que, se houver
cobertura de 80% do principal distrito de uma cidade, aquele município
está coberto. Levy também lembra que o edital do 3G realizado no Brasil
em 2009 fixava que 927 municípios deveriam ser atendidos pela tecnologia
até abril de 2013. No entanto, hoje, 3.114 tem acesso ao serviço.
Bolsa de Valores virtual
“O
mundo tem mudado muito. Os smartphones têm ficado mais baratos. Os
equipamentos têm ficado mais baratos. As empresas têm procurado formas
de fazer a expansão.”
Uma
série de mudanças para intensificar a competição está sendo
implementada para alterar esse quadro. Uma delas é uma espécie de Bolsa
de Valores virtual para que as operadoras que dominam a distribuição de
serviços um uma localidade aluguem a empresas menores partes ociosas de
sua infraestrutura, como torres, dutos, linhas dedicada, interconexões,
acesso local e roaming. A Anatel apresentou o chamado Sistema de
Negociação de Ofertas de Atacado (SNOA) na última terça-feira (17), que
já está em operação.
“O
mercado de atacado facilita a expansão das redes alternativas”, afirma
João Moura, presidente da Telcomp (associação das empresas
competitivas). Segundo ele, para as outras operadoras “por mais que
construam rede, sempre precisarão contratar um complemento”.
“A
empresa passa a rede de um lado da rua, mas se o cliente está do outro
lado ela não consegue ir para o outro lado, porque não consegue um poste
ou autorização da prefeitura para furar a rua”, explica Moura. “Alguém
pode dizer: ‘Se a concessionária está lá, ela atende, não precisa de
outra’. Às vezes contratando um serviço [de infraestrutura] que já
existe, [outras empresas] podem oferecer um serviço diferenciado, porque
chegou com outra estrutura, com outro atendimento ao cliente.”
Outra
iniciativa é a redução da cobrança de ligações telefônicas para
clientes de outras operadoras, para diminuir o chamado “efeito clube”,
que faz 80% das chamadas ocorrerem dentro da rede de uma mesma
operadora.
FONTE: G1
A NOTICIA BOM SUCESSO PB
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