177 cidades da Paraíba não cuidam do lixo
O prazo para os
municípios brasileiros apresentarem o Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PGIRS) ao governo federal, cumprindo a determinação da
lei 12.305, terminou no último dia 2. Contudo, 177 municípios da
Paraíba não conseguiram concluir o projeto, que cobra também a extinção
dos lixões. Os dados sobre a situação do Estado foram divulgados em uma
pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que ouviu os
gestores das cidades que possuem até 300 mil habitantes e todas as
capitais dos Estados brasileiros. Na Paraíba foram pesquisados 219
municípios, incluindo João Pessoa.
De acordo com a
pesquisa da CNM, dos municípios paraibanos com até 300 mil habitantes,
177 estão com o plano pendente ou ainda não realizaram, outras 33
cidades ainda possuem lixões e apenas nove têm aterro sanitário. Este
último caso é a realidade de João Pessoa.
Na última
terça-feira, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM),
Paulo Ziulkoski, reuniu com parlamentares no Senado Federal para tratar
sobre a Medida Provisória (MP) 649/2014, cujo principal objetivo é
prorrogar o prazo para os municípios implementarem a Política Nacional
de Resíduos Sólidos por mais oito anos. Ontem, a votação da MP foi
adiada e remarcada para 2 de setembro por falta de quórum. O presidente
da CNM, Paulo Ziulkoski, alertou que, em setembro, será preciso buscar
que a emenda seja acatada em outra Medida Provisória.
O presidente da
Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota
Guedes, informou que os municípios que não conseguiram elaborar o PGIRS
dentro do prazo estabelecido pela legislação continuam buscando
alternativas para atender ao governo federal, uma delas é formar
consórcios. Contudo, ele alegou que a verba enviada pela União aos
municípios foi pequena para arcar com os custos dos projetos.
“Desde a
aprovação dessa lei a gente vem mostrando ao governo federal que a
grande maioria dos municípios paraibanos, que também é a realidade de
muitos no Brasil, não têm condições de elaborar o Plano de Gestão no
prazo estabelecido. Por isso, faremos a solicitação ao governo para
estender esse prazo, porque os municípios deixaram de fazer o projeto”,
disse o presidente da Famup.
A coordenadora
das Promotorias do Meio Ambiente da Paraíba, Andréa Pequeno, informou
que o Ministério Público ainda não pode se pronunciar sobre o assunto.
Segundo a Lei
12.305, os governos municipais devem elaborar os PGIRS e entre as
determinações está a extinção dos lixões, implantação da coleta
seletiva, compostagem dos resíduos e destinar somente os rejeitos para
os aterros sanitários.
Com o
descumprimento da lei, os municípios estão sujeitos à suspensão de
recursos federais e ainda a sanções previstas na Lei de Crimes
Ambientais, cuja multa varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, além do risco
da perda de mandato.
fonte: JP Online
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