Mais de 48 milhões de brasileiros que recebem o piso vão ter reajuste de 9,11%
Rio - O salário mínimo do ano que vem
será de R$ 790. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso
aprovou novo valor para 2015, que beneficiará 48 milhões de pessoas que
têm renda vinculada ao piso nacional, segundo o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre
eles, mais de 21 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que
ganham o mínimo. O aumento será de 9,11% sobre R$ 740.
Inicialmente, o salário seria de R$
788,06, mas o relator-geral do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
arredondou para R$790, para facilitar a vida de empresas e funcionários
na hora do pagamento. A matéria segue à votação em plenário do
Congresso, o que deve ocorrer em fevereiro, quando serão retomadas as
atividades parlamentares.
Já os demais 9,2 milhões de segurados
do INSS que recebem acima do piso terão apenas a correção pela
inflação. Por lei, o governo usa o INPC como índice para reajustar esses
benefícios. Nos últimos 12 meses até novembro, o indicador bateu 6,33%.
O governo tem usado fórmula que garante aumento
real para o piso. O cálculo leva em conta a inflação do ano anterior
mais a variação do PIB de dois anos anteriores. Segundo o Dieese, o
mínimo subiu de R$260, em maio de 2004, para R$724, em janeiro deste
ano, numa alta de 178,46%. Descontando a inflação do período, o ganho
real vai ser superior a 72%.
Aumento também para deputados
Na mesma proposta aprovada pela CMO foram
incluídos pelos parlamentares R$ 900 milhões para garantir o aumento de
26,21% a deputados e senadores que passarão a receber R$33,7 mil por
mês. A medida também prevê reajustes dos salários da presidenta Dilma,
dos ministros de Estado, que passam a ganhar R$ 30,9 mil, e dos
magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da
República que terão rendimentos de R$ 33,7 mil por mês.
O aposentado Pedro de Oliveira, 73 anos,
considerou desproporcional os valores pagos aos segurados do INSS e
políticos. “A gente trabalha por tantos anos para receber tão pouco. Eu
precisei continuar trabalhando para sustentar a minha família”, afirma
ele, que ganha dois salários mínimos (R$ 1.448).
O DIA
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