Bom Sucesso, Desterro e Catolé do Rocha são as três primeiras cidades do
ranking, dentre os 54 municípios paraibanos que apresentam risco de
epidemia de dengue, segundo o Ministério da Saúde.
Os dados são do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado na quinta-feira.
Através do levantamento, é possível
perceber que os maiores riscos da doença estão em cidades pequenas
situadas no interior paraibano.
Com isso, os gestores de saúde intensivam as estratégias de prevenção e pedem o apoio da população no combate ao mosquito.
Situada no Sertão do Estado, a situação
de Catolé do Rocha é a mais crítica da Paraíba. Em 19,2% dos locais
visitados no município foram encontradas larvas do mosquito.
Antônio Bezerra, que reside na cidade e
já foi acometido da doença, destaca que a prevenção deve ser uma
atitude compartilhada entre a população e o poder público.
“É uma obrigação de cada cidadão se
proteger contra o mosquito, só quem já teve sabe os danos que traz.
Acredito que o papel da população de se prevenir inclui também denunciar
se houver algum vizinho que não está se cuidando e pode trazer risco
aos demais. Essas ações, em conjunto com as do poder público, são a
única maneira de reduzir esse índice”, enfatizou.
A coordenadora da vigilância
epidemiológica de Catolé do Rocha, Cleanda Carneiro, atribuiu a alta
incidência da dengue à falta de larvicida na cidade, além da pouca
conscientização da comunidade.
“Tivemos falta do larvicida, que é
repassado pelo Ministério da Saúde e usado pelos agentes de combate às
endemias nas casas, isso contribuiu para o aumento do índice. Além dessa
falta, a população esquece que é parte importante no processo de
prevenção, e isso também contribui para aumentar o risco.”
Ainda segundo a coordenadora, apenas
nestes três meses de 2015, já foram confirmados 5 casos da doença em
Catolé do Rocha. O número equivale ao total de casos registrados em todo
o ano de 2014. No entanto, conforme ela, várias campanhas de
conscientização já foram elaboradas pela Secretaria de Saúde do
município, assim como estratégias imediatas de combate ao mosquito, que
reduzirão o índice de infestação em cerca de dois meses.
Em Desterro, segunda cidade com maior
incidência do mosquito da dengue na Paraíba (17,5%), a coordenadora de
serviços de saúde do município, Ivanilda Alves, informou que os agentes
de endemias têm intensificado suas ações orientando os moradores sobre
medidas de combate à proliferação do mosquito da dengue.
“Estamos promovendo mobilizações que
envolvem as escolas e os núcleos de saúde da família para conscientizar
as pessoas sobre os cuidados que devem ser tomados e as formas de
tratamento”. Em Bom Sucesso, a Secretaria de Saúde foi procurada para
comentar o levantamento, mas as ligações não foram atendidas.
MINISTÉRIO REPASSOU R$ 150 MI PARA COMBATER A DOENÇA NO ESTADO
Conforme o último boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde, em dezembro de 2014 foi realizado
um repasse adicional de cerca de R$ 150 milhões para todas as
secretarias estaduais e municipais do país, para reforço das atividades
de vigilância, prevenção e controle da dengue e da febre de chikungunya
em 2015, além da distribuição de insumos estratégicos, como larvicidas,
inseticidas e kits para diagnóstico da doença.
A Secretaria de Saúde do Estado afirmou
que também está acompanhando a situação dos municípios em risco na
Paraíba, de maneira a contribuir com as ações de prevenção e combate às
duas doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. A recomendação do órgão é
que os municípios intensifiquem as ações rotineiras, promovam mutirões e
realizem ações de limpeza e coleta de lixo com regularidade.
Leonardo Silva - Jornal da Paraíba
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