Qual seria a sua reação depois de ter ficado por alguns minutos sob a mira de um revólver? A do segurança Rafael Maroto, 24 anos, foi se ajoelhar na cena do crime e agradecer a Deus por estar vivo. A imagem viralizou na internet e reacendeu o debate sobre a segurança pública na Paraíba. O assalto aconteceu ao banco Bradesco , no bairro da Torre, em João Pessoa, nessa segunda-feira (2). Quatro suspeitos foram presos.
Passava das 11h da manhã quando quatro homens invadiram a agência da Avenida Epitácio Pessoa, quebraram a porta de vidro e renderam clientes e funcionários. Entre os reféns estava Rafael. “Nesse momento, eu pensei que iria morrer e só fazia orar, orar e orar a todo momento. Eles [assaltantes] gritavam pelo dinheiro constantemente e perguntavam pelo gerente. O grupo dizia que quem tocasse no celular iria levar um tiro na cabeça. Ao mesmo tempo falavam que não queriam machucar ninguém”, narrou o segurança.
O crime durou cerca de 10 minutos e estima-se que os assaltantes tenham roubado cerca de R$ 20 mil; apesar disso, o valor não foi divulgado oficialmente. O tempo foi suficiente para deixar dezenas de pessoas em estado de choque. Clientes e funcionários ficaram sob a mira de potentes armas de fogo. O pânico foi generalizado e as lembranças se eternizaram. Rafael Maroto trabalha profissionalmente como segurança há três anos e nesse tempo, nunca passou por uma situação de tensão.
“Ingressei na profissão após ser chamado para eventos por amigos. No começo levava até como brincadeira, mas hoje tudo o que faço é por pura dedicação à profissão, com honestidade e seriedade sempre. Nunca passei por situação semelhante [assalto], nem fora de serviço, essa foi a primeira vez e espero que seja a última”, comentou Rafael.
Cristão, o segurança não hesitou na hora de agradecer a Deus pelo ‘livramento’. Após o desfecho do assalto, aos prantos, ele se ajoelhou diante da situação e disse: “Muito obrigado, meu Deus!”, falou.
“Só passou pela minha cabeça que ao saírem da agência iriam atirar em mim, porque eles estavam muito nervosos e agressivos verbalmente. Me passou um filme e fui aos prantos, em seguida, lembrei do quanto ele é grandioso comigo. Me ajoelhei como forme de agradecimento a Deus pelo livramento não só da minha vida mas a de todas que estavam ali no momento”, disse emocionado.
Desde o acontecido Rafael Maroto não retornou ao trabalho, mas toca sua vida normalmente. Ele deve se transferido para outro estabelecimento comercial. “Até o momento ainda não me sinto seguro e preparado para retornar às atividades. Provavelmente não voltarei a trabalhar em banco, mas ainda irei sentar com os meus superiores pra tratar do assunto”, adiantou.
“A lição que fica é que eu e meu companheiro fizemos o certo do começo ao fim da ação. Terminou o assalto com vidas resguardadas e sem lesões”, finalizou o segurança.
Repercussão nas redes sociais
A imagem de Rafael ajoelhado causou repercussão nas redes sociais. O grupo ‘Fui Assaltado’, no Facebook, que serve de espaço para que a população possa divulgar e relatar casos de assaltos, reúne leitores que discutiram sobre a foto a fragilidade da segurança pública.
Em um dos comentários, o internauta disse: “Se as autoridades políticas governassem para o povo e pelo povo se preocuparia mais com a educação, saúde e SEGURANÇA! E não dá prioridades a obras com intuito de se promover” (sic).
Em outro post, um leitor diz: “Sequestros, assaltos em bancos, explosões em bancos, assaltos em bancos seguido de sequestros…etc etc etc…O que se tornou a PB???? Se formos para os números a violência que aqui se instalou é maior que em países do Oriente Médio. Até o nome das facções são copiadas” (sic), questiona.
Quatro suspeitos desse assalto em que teve o segurança como uma das vítimas foram presos nessa terça-feira (3), em João Pessoa. Segundo a polícia, um deles já teria participado de outros assaltos a bancos e estabelecimentos comerciais da Capital.
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