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6 de setembro de 2016

Justiça suspende concurso de prefeitura da PB e provas devem ser anuladas

Ministério Público da Paraíba (MPPB)
Ministério Público da Paraíba (MPPB)

Ação civil pública foi ajuizada porque a promotoria identificou no edital e na execução do concurso vícios graves que comprometeram a legalidade e a acessibilidade aos cargos públicos

A 1ª Vara Mista de Conceição deferiu um pedido do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e suspendeu, na última semana, o concurso público da Prefeitura Municipal de Santa Inês, município do Sertão paraibano, a 500 km de João Pessoa. O certame, que oferecia 103 vagas para todos os níveis, com remunerações de até R$ 2,5 mil, estaria com diversas irregularidades encontradas pelo MPPB. O concurso deve ser completamente anulado.

A ação civil pública foi ajuizada porque a promotoria identificou no edital e na execução do concurso vícios graves que comprometeram a legalidade e a acessibilidade aos cargos públicos.

Segundo o promotor de Justiça Osvaldo Lopes Barbosa, foi detectado que as provas aplicadas para os cargos de ensino fundamental estavam com a mesma redação das provas aplicadas para os cargos que exigem ensino médio, mesmo havendo previsão, no edital, de que elas seriam realizadas em horários diferentes. 

O juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto entendeu que o princípio da isonomia foi desrespeitado, face ao favorecimento a candidatos que fizeram prova à tarde.

A promotoria também alegou que, embora o edital determinasse que os candidatos apresentassem documento com impressão digital, no dia da realização da prova, não foi realizada a colheita de impressões digitais.

Outra irregularidade apontada pelo MPPB é que os editais e os atos publicados pela prefeitura e pela empresa não revelam os nomes e as respectivas qualificações dos examinadores do concurso.

“O concurso deve ser invalidado e o novo edital deve contemplar expressamente todos os documentos que a lei confere o status de identidade civil, bem como com as provas aplicadas de forma isonômica”, afirmou a promotoria.

Ainda de acordo com a sentença, a prefeitura e a empresa responsável pelo concurso estão proibidos de promover qualquer ato do concurso até o julgamento final a ação ou outra deliberação, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil até o limite de R$ 100 mil, além de incorrerem em crime de desobediência e em ato de improbidade administrativa.

Além de apontar as irregularidades, o MPPB requereu a anulação do edital do concurso, da aplicação das provas, as correções das provas, julgamentos de recursos, editais de resultado, editais de homologação.

A ação também requereu a condenação da prefeitura às obrigações de se abster de nomear, dar posse e autorizar o exercício dos candidatos aprovados; a reabrir as inscrições do concurso pelo prazo mínimo de 90 dias (autorizada a inscrição pela internet), resguardando o prazo mínimo de 30 dias entre o término das inscrições e a realização das provas, sob pena de multa para cada dia de descumprimento da medida liminar.

A promotoria também requereu que a prefeitura seja obrigada a inserir no edital do novo concurso cláusula definindo como documentos de identificação os previstos em lei federal; a divulgar os membros das bancas examinadoras responsáveis pela elaboração e correção das provas (discriminando as capacidades técnicas de cada um e as provas que cada um confeccionará e corrigirá), que, após o encerramento das inscrições, devem apresentar declaração de impedimento ou suspeição com nenhum candidato inscrito no certame.

Por fim, a promotoria requereu que os organizadores sejam obrigados a restituir os valores das taxas de inscrição corrigidos aos candidatos inscritos no concurso suspenso que não queiram prosseguir no certame.

Portal Correio

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