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9 de setembro de 2016

Mãe de deputado federal é presa pela PF na PB em ação contra fraudes de R$ 11 milhões

Ilana Mota foi levada pela PF

Durante a operação, três prefeitos da Paraíba foram afastados e dois deles presos
A mãe do deputado federal Hugo Mota (PMDB), que foi presidente da CPI da Petrobras no Congresso Nacional, Ilana Mota, foi detida na manhã desta sexta-feira (9) durante a 'Operação Veiculação', da Polícia Federal, na cidade de Patos, no Sertão paraibano, a 310 km de João Pessoa. A ação policial tem como objetivo combater fraudes de R$ 11 milhões em desvio de verbas do governo federal. Durante a operação, três prefeitos da Paraíba foram afastados e dois deles presos, entre eles, o esposo de Ilana. Veja vídeo abaixo
Na Paraíba, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão nas prefeituras de Patos, Emas e São José de Espinharas, e em imóveis de empresários e agentes públicos em João Pessoa, Cabedelo e Patos. Houve ação da PF em uma empresa localizada em Recife, capital pernambucana, onde os policiais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão.
Segundo a Polícia Federal, além de Ilana Mota, o prefeito de São José de Espinharas, Renê Trigueiro Caroca, foi detido. Eles foram levados para a sede do Ministério Público Federal (MPF), em Patos. O nome do outro prefeito preso não tinha sido divulgado até a publicação desta matéria. As Câmaras municipais paraibanas foram comunicadas dos afastamentos dos gestores para que deem posse aos substitutos legais.
Segundo a PF, os investigados deverão responder pelos crimes de fraude à licitação, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, entre outros. As fraudes envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos aplicados em ações dos Programas de Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade (Saúde).
De acordo com o MPF, as investigações da Operação Veiculação foram iniciadas pelo Ministério Público Federal no ano de 2015, a partir de informações da CGU, que em 2012 realizou fiscalizações, detectando contratação irregular de serviços de locação de veículos no Município de Patos, sendo indicado pelo relatório da Controladoria uma possível fraude licitatória e o não cumprimento do objeto pactuado, com consequente desvio de verba pública. Ao ser iniciado o procedimento investigatório criminal pelo Ministério Público, a CGU e a Polícia Federal passaram a atuar durante toda a apuração.
Nos pedidos feitos para subsidiar o TRF-5, o MPF utilizou-se também de informações da Operação Desumanidade - deflagrada em dezembro passado em Patos, em parceria com CGU e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) -, para demonstrar que as práticas de corrupção nos municípios alvos da Operação Veiculação são recorrentes, não só em contratos de obras, mas em outros tipos de contratos. A Desumanidade apura irregularidades em obras custeadas com recursos federais nos municípios de Patos, Emas e Quixaba. 

Um vídeo gravado pelo repórter da TV Correio em Patos, Paulo costa, mostra o momento em que Ilana Mota é conduzida pela PF.


O assessor jurídico da Prefeitura de Patos, Jackson Lucena, disse ao Portal Correio que o Município está colaborando com os órgãos envolvidos na operação, disponibilizando servidores e entregando documentos solicitados. “Fomos surpreendidos pela operação da PF. Estranhamos que os mandados foram expedidos em agosto, mas só cumpridos agora. Estamos colaborando com a ação policial. Em curto espaço de tempo vamos esclarecer os fatos”, disse o advogado.

Com relação à detenção de Ilana Mota, o assessor jurídico classificou-a como arbitrária. “A chefe de gabinete nunca se negou a prestar esclarecimento. Foi uma prisão arbitrária e estamos já entrando com o pedido de relaxamento de prisão, tendo em vista o caráter idôneo dela”, explicou.

Sobre o afastamento da prefeita Chica Mota, o advogado disse que o governo municipal não foi comunicado sobre a decisão judicial, mas vai recorrer em todas as instâncias para que a prefeita permaneça no cargo porque, segundo ele, foi eleita democraticamente pelo voto.

A Prefeitura de São José de Espinharas não atendeu às ligações do Portal Correio, até o fechamento desta matéria, para comentar sobre a situação de Renê Trigueiro Caroca.

Portal Correio

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