Dos treze pré-candidatos oficialmente declarados à Presidência da
República nas eleições de 2018, apenas Jair Bolsonaro (PSL) silenciou sobre
o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, um assessor do
deputado afirmou que ele não se posicionou sobre a cruel morte “porque seria
polêmico demais”.
Ironicamente, Bolsonaro é parlamentar pelo mesmo Rio de Janeiro de
Marielle e adota a ‘segurança pública’ como pauta central de sua
pré-candidatura.
Defensor inveterado dos militares, é provável que Bolsonaro não esteja
se sentindo à vontade com a possibilidade de Marielle ter sido executada por
policiais militares. Cria da favela da Maré, Marielle denunciava os abusos da PM em comunidades carentes do
Rio.
A vereadora levou quatro tiros na cabeça e as principais linhas de
investigação apontam para uma execução, já que nenhum pertence das vítimas foi
levado. O motorista Anderson Gomes também morreu no atentando.
Filhos de Bolsonaro
Diferente do pai, alguns filhos de Bolsonaro se manifestaram sobre o
assassinato da vereadora. Um deles, porém, apagou a mensagem sem justificativa.
Flávio Bolsonaro, deputado estadual do Rio, afirmou que lamentava a
morte de Marielle, em sua conta no Twitter, e que sempre tinha tido “relação
respeitosa” com a vereadora. A mensagem, no entanto, foi apagada
posteriormente. Ele chegou a ser questionado por usuários da rede sobre o
motivo de ter apagado o tweet, mas Flávio não respondeu.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, não lamentou a morte
da vereadora. O parlamentar se limitou a criticar as especulações sobre uma
possível culpa de policiais militares no crime.
O que disseram os pré-candidatos
Lula. “Meus sentimentos e solidariedade aos
familiares, amigos e companheiros de Marielle Franco, corajosa liderança
política. O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse
crime político bárbaro. É preciso muita solidariedade para acabar com essa
violência contra os inocentes. A violência é a irresponsabilidade da ausência
do Estado. Esse país só tem um jeito: voltar a crescer, distribuir renda e dar
oportunidade para o povo”.
Guilherme Boulos. “Difícil acreditar que a execução a
sangue frio de Marielle e do motorista Anderson Gomes seja mera coincidência
após as denúncias que ela vinha fazendo sobre a violência policial no Rio.
Lutaremos por justiça até o fim. Marielle, honraremos sua caminhada”.
Manuela D’Ávilla. “Chocada e triste com o assassinato
da Vereadora do PSOL no Rio, Marielle Franco. Apuração já! Ninguém vai calar as
mulheres que lutam, Marielle. Meu abraço à família e aos companheiros e
companheiras do PSOL”.
Ciro Gomes. “A morte da vereadora é uma tragédia
em si. Mas essa é uma tragédia que está acontecendo com todos os brasileiros.
Evidentemente, que quando se alcança uma representação política, valorosa como
a dela, está também se alcançando um símbolo. Está também tentando se matar um
ânimo de luta”.
Marina Silva. “Chico Mendes morreu na defesa dos
injustiçados da floresta. Marielle morreu defendendo os injustiçados da cidade.
O sentimento é de muita tristeza e indignação. Do Rio de Janeiro chora o mundo
inteiro!”
Geraldo Alckmin. “O assassinato da vereadora Marielle
Franco revolta o Brasil inteiro. Um crime bárbaro que precisa ser rapidamente
esclarecido, com os responsáveis punidos severamente. Esse homicídio revela a
ousadia dos criminosos no país. Intolerável”.
Rodrigo Maia. “Solidarizo-me à sua família, à
família do Anderson, e exijo junto com eles: justiça e paz. Justiça para conter
os autores dessa execução, paz para a sociedade carioca e brasileira”.
Henrique Meirelles. “É um sinal
preocupante quando se começa a misturar violência de roubos e tráfico com
violência política. Isso não caminhou bem em outros países que caminharam nessa
direção”.
Álvaro Dias. “O assassinato da vereadora
Marielle Franco choca todo um País e mostra que infelizmente estamos perdendo a
guerra para o crime, para a bandidagem”.
Paulo Roberto de Castro. “Marielle e tantos
outros não podem ter morrido em vão. Este dia tem que marcar um ponto de
virada. Tolerância zero para qualquer crime frio e premeditado. Menos ainda se
consumado por bando ou quadrilha. Hoje a população do Rio sobrevive a uma
tentativa de homicídio coletivo. Aos parentes de Marielle nosso carinho e
consolo possível, mas sobretudo, nosso engajamento na luta por honrar a vida e
a morte desta brava vereadora carioca”.
João Amoêdo. “Meus sentimentos e solidariedade à
família da Marielle Franco e de seu motorista neste momento difícil e
inesperado”.
Fernando Collor. “Meus sentimentos a todos os
familiares de Marielle Franco, a toda classe política que de alguma forma
também se sente atingida com o desaparecimento da vereadora e aos movimentos
sociais aos quais ela estava engajada”
Com Veja
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