O presidente Jair Bolsonaro (PL) será o primeiro gestor a finalizar o mandato com o salário mínimo com o menor poder de compra desde a implantação do Plano Real, em 1994. Com o término do mandato neste ano, nenhum outro presidente entregou um salário mínimo mais desvalorizado, seja no primeiro ou segundo mandato, como Bolsonaro. A informação é do primeiro relatório semanal de maio da corretora Tullet Prebon Brasil.
Segundo o levantamento, entre 2019 e 2022 o salário mínimo teve uma desvalorização de -1,7%. Se a inflação não acelerar mais do que o previsto pelo mercado no Boletim Focus, do Banco Central, a perda de poder de compra pode ser ainda maior. As previsões vêm sendo revisadas para cima há 16 semanas. Atualmente, o piso salarial cairá de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, descontada a inflação.
Pelo relatório da corretora, na ótica das contas fiscais da União a perda retratada na simulação para o mínimo estende-se, na realidade, a todos os benefícios e pagamentos corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Toda a folha de previdência, abono, Loas (Benefício de Prestação Continuada para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda)”, mostra o documento.
Com isso, dois fatores explicam essa perda, sendo eles o ajuste fiscal, pelo peso do salário mínimo na indexação do Orçamento da União. Isto é, um reajuste no piso possui impacto em diversas outras despesas, como benefícios sociais e gastos com a Previdência. Já o segundo é a aceleração da inflação. O salário mínimo está na Constituição brasileira, que protege de perdas do poder de compra, sendo obrigatória a recomposição da inflação.
Jornal Opção.
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