Maria Bonita, nascida Maria Gomes de Oliveira, e conhecida como Maria de Déia ao longo de toda a sua vida, recebeu este nome apenas após a sua morte, e ficou famosa em todo o mundo como a mulher do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Tendo vivido apenas 27 anos (17/01/1910 a 28/07/1938), Maria Bonita foi a primeira mulher brasileira a participar do cangaço.
Natural do povoado de Malhada da Caiçara, em Paulo Afonso (na época Santo Antônio de Glória), Maria Bonita passou a maior parte da vida, antes de conhecer Lampião, na casa situada na zona rural de Paulo Afonso.
Ali ela cresceu, se casou com o sapateiro Zé de Neném, se separou (sem filhos) e conheceu Lampião. Depois, saiu de casa, para desespero da família, e viveu em deslocamentos constantes com o bando de cangaceiros até ser degolada no município sergipano de Poço Redondo, juntamente com Lampião e vários outros companheiros.
Visitar a casa de Maria Bonita, na zona rural de Paulo Afonso é, portanto, uma experiência que permite um contato mais estreito com esta importante personagem da história e da cultura nacional.
A casa, de pau-a-pique, está totalmente preservada, tanto dentro quanto fora, e se tornou atração turística. Dentro, existem objetos, quadros, fotos e documentos que mantêm viva a memória de Maria Bonita.
Do lado de fora, um belo umbuzeiro, muitos cactos e uma cerca de galhos secos compõem um paisagismo inspirador. Uma placa na entrada da casa informa sobre a importância do lugar.
Para chegar lá a partir de Paulo Afonso (BA), pode-se seguir em direção ao sul, pela BR-423 (também conhecida como BR-110 na região), e depois dobrar à esquerda, numa estrada de terra, na entrada para o povoado do Riacho.
Cerca de 13km adiante será possível avistar a casa de Maria Bonita do lado esquerdo. Outra opção é seguir pela BA-210, também em direção ao sul, e depois dobrar à direita, seguindo por uma distância semelhante até o destino.
Este passeio, inclusive, pode ser combinado com a trilha do Vale dos Mestres, localizado na continuação da BA-210, no trecho conhecido como SE-230. Os dois passeios podem ser feitos num único dia, e ainda sobra tempo para almoçar em algum restaurante de beira de estrada das proximidades.
Não menos incrível é a experiência de descobrir que a maioria das pessoas que moram em torno da casa de Maria Bonita são parentes distantes dela. Depois de tanto tempo, ainda é possível conversar com pessoas que conviveram com Maria Bonita e guardam laços de sangue com ela.
Não se trata de apenas uma visita a um museu, portanto. Trata-se de sentir a pulsação de um movimento que agitou o país e permanece com grande importância histórica, sociológica e cultural.
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Fonte: Portal Viva o Sertão
Moro vizinho ao povoado Malhada da Caiçara.
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