Marcos Antonio Gomes da Silva, de 50 anos, foi preso por engano, enquanto realizava a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, no último domingo (5/11). O homem fazia o concurso em uma escola no Recife, e policiais militares o surpreenderam com um mandado de prisão contra um suspeito de mesmo nome e data de nascimento que o dele.
Ele chegou a prestar queixas contra os policiais por danos morais, mesmo sendo liberado em seguida, após ser levado para a delegacia. O homem não conseguiu terminar a prova do Enem. “É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo”, disse Marcos, em entrevista à TV Globo.
Marcos é vendedor e pesquisador, prestava o exame na Escola Estadual Assis Chateaubriand, no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, quando foi convocado a se retirar da sala, pela coordenadora do local da prova, em direção ao pátio.
“Eu estranhei, quando cheguei no pátio da escola, me deparei com dois policiais militares que disseram que tinham um mandado de prisão no meu nome. Entrei em estado de choque, fiquei sem entender a situação”, disse Marcos.
Identificação para o Enem
Os PMs notaram um problema ao verificar seus documentos de identificação, no entanto. Apesar do nome e a data de nascimento serem iguais das que estavam no mandado, os nomes dos pais de Marcos eram diferentes da do homem procurado, nascido em Catolé do Rocha na Paraíba.
Mesmo assim, o vendedor não pôde voltar para sala da prova, devido à ordem dos policiais para que ele fosse conduzido até o Institutido de Identificação Tavares Buril, no Centro do Recife, afim de chegar suas impressões digitais. “Tentei argumentar, mas não tive apoio da coordenação do Enem”, contou Marcos.
Após verificarem que as digitais não batiam com as do suspeito procurado, Marcos se dirigiu para a Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, registrar um boletim de ocorrência contra a abordagem.
Danos Morais
Perguntado se teria condições para refazer a prova em uma posspivel reaplicação da prova em dezembro, Marcos afirmou ser muito cedo para saber. Ele conta também que não pediu para entrar na sala da prova novamente, pois não tinha condições psicológicas e emocionais depois do ocorrido.
“Estou desestabilizado, foi uma situação constrangedora. Várias pessoas presenciaram a situação, e, até que se prove o contrário, as pessoas têm um olhar negativo. Espero que a Justiça tome as medidas cabíveis e que haja uma reparação”, afirmou Marcos.
Allan Negreiros, advogado de Marcos, disse que vai pedir maiores informações à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) afim de entrar com uma ação na Justiça por danos morais, em busca de uma indenização.
“Para saber de onde saiu a ordem de conduzir o senhor Marcos mesmo diante de uma dúvida sobre a sua identidade, pois ele poderia ser custodiado durante a prova e, posteriormente, levado para fazer a investigação”, afirmou o advogado.
Clinton Medeiros, Informações com Metrópoles
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