Humberto Costa (PT-PE) entrega relatório preliminar na quinta-feira (3).
Após relatório, Conselho decide se processo contra senador prossegue.
Demóstenes Tores no Senado (Foto: Globo News)
O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo que investiga
Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética, afirmou neste
domingo (29) que analisa discursos e projetos de lei apresentados pelo
senador para compor seu relatório preliminar, que será entregue ao
conselho na próxima quinta (3).
Demóstenes é alvo de processo no Conselho de Ética para apurar se houve
quebra de decoro parlamentar por parte do parlamentar na relação com o
bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação
Monte Carlo. Escutas telefônicas apontam que Demóstenes usou o mandato
para favorecer o contraventor e que recebeu dinheiro do bicheiro.
Segundo Humberto Costa, uma equipe composta por oito assessores auxilia
na busca de discursos e projetos de lei que serão analisados para a
finalização do relatório preliminar. Costa afirmou que já leu a defesa
entregue pelo advogado do senador Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay, na última quarta-feira.
“A atuação legislativa e a atividade parlamentar podem confirmar ou não
algumas coisas que ele [Demóstenes] disse”, afirmou Costa, explicando
que as informações podem servir para verificar se houve tentativa de
beneficiar o grupo do bicheiro.
O relatório preliminar do caso será entregue pelo relator, Humberto
Costa (PT-PE) no dia 3 de maio, quando o Conselho de Ética volta a se
reunir. No dia 8, o conselho definirá se abrirá ou não processo
disciplinar que poderá levar à perda do mandato de Demóstenes.
saiba mais
Defesa prévia de DemóstenesNa defesa prévia
entregue nesta quarta, o advogado do senador pede o arquivamento do
pedido de abertura de processo por suposta quebra de decoro parlamentar.
Caso o Conselho decida por levar o processo adiante, o advogado pede
uma série de diligências, como perícias nas gravações que apontam
relações entre o senador e o bicheiro. Kakay, como é conhecido o
advogado, argumenta que as gravações podem ter sido adulteradas.
Outro pedido de Kakay é para que o requerimento que pede a investigação
de Demóstenes seja suspenso até manifestação do Supremo Tribunal
Federal referente às gravações que envolvem o senador. Tramita no
Supremo ação de Demóstenes para declarar as gravações ilegais, sob o
argumento de que deveriam ter sido autorizadas pelo próprio STF, já que o
senador tem foro privilegiado.
Se ainda assim a investigação prosseguir, a defesa do senador pede que
sejam chamadas testemunhas para cada um dos fatos questionados. O
próprio Cachoeira é colocado no rol de testemunhas que podem ser
chamadas pelo senador.
Dinheiro do bicheiro
Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes pode ter recebido até R$ 3,1 milhões do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Desse valor, R$ 1 milhão foi depositado na conta do senador.
Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes pode ter recebido até R$ 3,1 milhões do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Desse valor, R$ 1 milhão foi depositado na conta do senador.
Nesta sexta-feira (27), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski, relator do inquérito que tramita na Corte para
investigar as relações de Demóstenes com o contraventor, autorizou que
três comissões do Congresso retirem cópia integral dos autos da
investigação, entre elas a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) instalada nesta semana no Congresso para apurar as relações de
Cachoeira com agentes públicos e privados.
No material que compõe o inquérito sobre Demóstenes, está um diálogo
revelado pelo Jornal Nacional em 28 de março entre Cachoeira e Geovani
Pereira da Silva, apontado na denúncia do Ministério Público Federal de
Goiás (MPF-GO) como tesoureiro do grupo - veja no vídeo ao lado.
Geovani: Porque eu tô devendo pra ele aqui, 1 milhão e oitenta e seis. E, na verdade, eu só tenho os oitenta e seis.
Cachoeira: Esse um é o do Demóstenes, uai.
Cachoeira: Esse um é o do Demóstenes, uai.
Em outro diálogo, Cachoeira conversa com Cláudio Abreu, ex-diretor da
Delta no Centro-Oeste, que foi afastado de seu cargo. Abreu foi preso
pela Polícia Civil do Distrito Federal nesta semana em uma operação
sobre supostas fraudes cometidas no DF, como desdobramento da Operação
Monte Carlo.
Cachoeira: Cê fala quanto? Que do Demóstenes, no total, eu dei dois e ocê três e cem, não é isso?
Cláudio Abreu: Exatamente;
Cachoeira: É uai. A conta é fácil. Você deu um e quinhentos, mais seiscentos. Dois e cem. Depois, segurou mais um para mim. Três e cem. Então não tem outra conta.
Cláudio Abreu: Exatamente;
Cachoeira: É uai. A conta é fácil. Você deu um e quinhentos, mais seiscentos. Dois e cem. Depois, segurou mais um para mim. Três e cem. Então não tem outra conta.
Nesta sexta, o site Brasil 247 divulgou a íntegra do pedido de abertura
de inquérito contra o senador Demóstenes. O documento, assinado pelo
procurador-geral da República, Roberto Gurgel. diz que "em diálogo no
dia 22 de março de 2011, às 11:18:00, entre Carlos Cachoeira e Cláudio
Abreu, não degravado pela autoridade policial, é expressamente referido
que o valor de um milhão foi depositado na conta do Senador Demóstenes e
que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00
(três milhões e cem mil reais)."
O advogado do senador Demóstenes Torres chamou de fantasioso o
relatório assinado pelo procurador geral da República. Disse ser falsa a
informação de que Demóstenes teria recebido R$ 3,1 milhões do bicheiro
Cachoeira, e não quis se pronunciar sobre a conversa em que Gleyb e
Demóstenes combinaram a entrega de R$ 20 mil no apartamento do senador.
G1
A NOTICIA BOM SUCESSO PB
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