Uma
das candidaturas à Câmara Municipal de Itaúna, no Centro-Oeste de
Minas, corre o risco de ser indeferida por causa de uma história de
alcova. Na mira dos holofotes está Íris Léia Rodrigues da Cruz, 27 anos,
ex-chefe de gabinete do atual prefeito, Eugênio Pinto (sem partido), 43
anos. Amparado pela Constituição, o promotor eleitoral Fábio Galindo
Silvestre impugnou a candidatura de Íris no Foro da cidade porque ela
teria mantido uma relação estável com Eugênio. O pedido foi deferido e a
candidata entrou com recurso contra a decisão no Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que tem até o dia 23 para acatar ou
não a sentença em primeira instância.
Íris nega a união estável com o prefeito. De acordo com ela, os dois apenas mantiveram um namoro por dois anos, entre 2007 e 2009. O promotor eleitoral, no entanto, contradiz a versão da ex-servidora e garante que há provas da união estável entre o casal, já que ambos moraram debaixo de mesmo teto, tiveram patrimônio em comum e Íris era apresentada e reconhecida na sociedade itaunense como primeira-dama.
Eugênio Pinto, por meio de sua assessoria de imprensa, também diz que nunca manteve uma união estável com a candidata. Segundo o prefeito, eles mantiveram “apenas um namoro” e que atualmente “não há qualquer tipo de relação afetiva entre ambos”. O promotor sustenta, porém, que os dois não só mantiveram uma relação estável como ficaram juntos durante, no mínimo, cinco anos. O relacionamento teria acontecido durante o primeiro mandato de Eugênio, que ocupa o cargo desde 2004.
O amparo legal do promotor se baseia no artigo 14º da Constituição federal, que, no parágrafo 7º, proíbe parentes em até segundo grau de disputar eleições no pleito subsequente ao cumprimento de mandato de prefeitos, governadores e presidente, cujos candidatos tenham laços de parentesco com o governante em questão. Esse dispositivo constitucional tenta evitar o uso da máquina pública em favor de parentes do chefe do Executivo.
Perseguição política
Íris Cruz foi chefe de gabinete de Eugênio entre 2009 e 2012. Ela diz que foi empossada no cargo um mês antes do término do namoro. “Mantemos depois disso uma relação de amizade. Ele é o meu melhor amigo”, garante. Segundo ela, essa boa convivência permitiu ainda que ambos ajudassem um ao outro, inclusive a encontrar um novo relacionamento. Íris disse que sua melhor amiga, a chefe da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Itaúna, Ivane Ferreira, é hoje a atual namorada do prefeito. “Não nego, mas não quero entrar nessa história”, reagiu Ivane.
A candidata também informou que já está em um novo relacionamento, com um empresário da cidade. Pediu apenas que não fosse citado o nome dele. “Não quero envolvê-lo nessa perseguição política”, justificou. De acordo com Íris, “perseguição política e falta de responsabilidade” do promotor são as únicas explicações que consegue encontrar a impugnação da sua candidatura. Ela só não explicou o que teria motivado o promotor a ter esse tipo de conduta. “Não sei, pergunte para ele”, rebateu.
O promotor Fábio Galindo respondeu que se sente “absolutamente livre” para atuar no Ministério Público Eleitoral em razão de sua naturalidade. “Sou paulista, de Presidente Prudente. Logo, não sou natural de Itaúna, não tenho família ou parentes aqui, não tenho filiação partidária alguma e estou exercendo a função eleitoral há apenas oito meses, o que me garante total isenção para atuar no pleito de 2012”, afirmou o promotor, por e-mail. Durante o período de registro de candidaturas, Galindo impugnou na Justiça Eleitoral 40 candidaturas. “O registro da senhora Íris é mais um entre os 40 impugnados”, informou.
*Do Estado de Minas/DN online
A NOTICIA BOM SUCESSO PB
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