A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) pode ser incorporada ao calendário nacional de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS)
no ano que vem. A informação foi dada ontem pelo ministro da Saúde,
Alexandre Padilha. Transmitido por meio de relações sexuais e sem
apresentar sintomas na maioria dos casos, o HPV é a causa 98% dos
registros de câncer de colo do útero no país, segundo a Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Lançada
no Brasil em 2007, a vacina é oferecida de graça apenas no Distrito
Federal. Na rede privada, a imunização, que envolve três doses do
remédio, custa entre R$ 540 e R$ 1.050 para duas vacinas, uma que
previne contra dois tipos de HPV, e outra que protege contra quatro
tipos. Mas a oferta da vacina em larga escala divide parlamentares no
Congresso e especialistas.
Fabricado
por apenas dois laboratórios no mundo, a vacina anti-HPV custa caro e,
por isso, gera opiniões divergentes. Em dezembro de 2011, o Ministério
da Saúde informou que a inclusão da vacina na rede pública para imunizar
apenas meninas de 11 e 12 anos em todo o país custaria R$ 1,8 bilhão.
Naquele ano, o orçamento total do Programa Nacional de Imunização era de
R$ 750 milhões.
Inclusão do imunizante no calendário vacinal oficial vai onerar significativamente os custos do programa de vacionação
De
acordo com a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia, há muito interesse na
venda dessa vacina. É por isso que o tema é controverso. “Há
experiências internacionais distintas. Em alguns países, o número de
casos de câncer de colo do útero diminuiu sem a incorporação da vacina. O
Ministério deve se basear em todas as situações”, disse Ligia.
Do Correio Braziliense
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