O corpo da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da
Silva deixou o hospital Sírio-Libanês, onde ela estava internada desde o dia 24
de janeiro, por volta das 7h30 deste sábado (4).
O corpo, em um caixão de madeira, foi colocado em um carro do Cemitério e Crematório
Jardim da Colina, seguindo para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São
Bernardo do Campo, onde ocorrerá o velório, das 9h às 15h.
Depois, haverá uma cerimônia de cremação reservada à família no cemitério.
Dona Marisa foi internada no dia 24 de
janeiro no Hospital Sírio-Libanês, no Centro de São Paulo,
depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo
rompimento de um aneurisma. O óbito foi
constatado às 18h57 de sexta-feira (3), segundo boletim
médico. Lula e sua família autorizaram a doação dos órgãos.
o protocolo oficial para constatar a morte cerebral, os
médicos submeteram dona Marisa a dois testes: o primeiro ocorreu às 12h05 e o
segundo, às 18h05 de sexta. O protocolo determina que o último exame seja
conduzido por outro médico para comprovar a perda definitiva e irreversível das
funções cerebrais.
De seus 66 anos de vida, Maria
Letícia passou 42 ao lado de Lula
Nas redes sociais, Lula lembrou com
carinho da esposa. "A ex-primeira-dama costurou a primeira bandeira do PT,
começou a trabalhar aos 9 anos e organizou resistência das mulheres durante as
grandes greves do ABC."
Ao saber da morte de dona Marisa, o presidente Michel Temer decretou luto
de três dias no país.
Na quinta, um boletim médico
divulgado pelo hospital informou que um doppler transcraniano identificou a
ausência de fluxo cerebral. Em seguida, Lula publicou em seu pefil no Facebook
uma mensagem agradecendo o carinho e informando que a família autorizava a
doação de órgãos.
"A família Lula da Silva agradece todas as
manifestações de carinho e solidariedade recebidas nesses últimos 10 dias pela
recuperação da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva. A família
autorizou os procedimentos preparativos para a doação dos órgãos", diz o
post. Depois, a página do Facebook do ex-presidente atualizou a foto de perfil
e colocou uma imagem do casal sorrindo.
Quando foi internada, dona Marisa passou por um
procedimento de emergência, que durou cerca de duas horas, para conter a
hemorragia no cérebro. Os médicos fizeram uma arteriografia cerebral para
localizar a lesão e depois introduziram um cateter até a região afetada para
estancar o sangramento.
No dia 25, dona Marisa teve de passar por outro
procedimento cirúrgico. Desta vez, para a "passagem de um cateter
ventricular para monitoração da pressão intracraniana", como informou o
hospital. A decisão dos médicos ocorreu após "avaliação tomográfica de
crânio para controle de sangramento cerebral”.
Dois dias depois, a ex-primeira-dama passou por uma
tomografia para verificar se tinha ocorrido melhora na infecção que havia se
formado em seu cérebro. Ela foi acomodada em uma cama térmica para baixar a
temperatura do corpo, que normalmente fica perto dos 35°C, para até 25°C. O
objetivo era diminuir o metabolismo e, junto com ele, a atividade cerebral,
para que o cérebro conseguisse absorver de forma mais rápida o excesso de
sangue acumulado na caixa craniana.
Um exame realizado na segunda-feira (30) detectou a
presença de trombose venosa profunda nas veias das pernas. Os médicos
realizaram a passagem de um filtro de veia cava inferior para prevenir a
ocorrência de embolia pulmonar.
Na terça (31), os médicos tiraram a sedação. Na
quarta (1º), ela teve uma piora no seu quadro clínico no início da noite e
voltou a ser sedada. A pressão intracraniana e a inflamação no cérebro tinham
aumentado. O quadro clínico ficou irreversível, segundo os médicos.
Visitas
Depois da divulgação do boletim médico de
quinta-feira, amigos e políticos foram ao Sírio-Libanês prestar solidariedade à
família de Lula.
O presidente Michel Temer visitou Lula com uma
comitiva de ministros e senadores. Com Temer estavam José Sarney (PMDB),
ex-presidente da República; José Serra (PSDB), ministro de Relações Exteriores;
Eunício Oliveira (PMDB), novo presidente do Senado; Helder Barbalho (PMDB),
ministro da Integração Nacional, e dos senadores Renan Calheiros (PMDB),
Eduardo Braga (PMDB)-, Edison Lobão (PMDB) e Cassio Cunha Lima (PB).
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi um
dos que se encontraram com o petista. O encontro dos dois foi fotografado e as
imagens, postadas nas redes sociais de Lula. FHC entrou no hospital sem ser
visto pela imprensa e não falou com os repórteres.
Na sexta, a ex-presidente
Dilma Rousseff visitou Lula no hospital. Segundo a
assessoria de imprensa do Instituto Lula, Dilma chegou ao hospital por volta
das 11h30, e almoçou com Lula. Dilma entrou no hospital sem ser vista.
G1
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